Lazarus Tirano THE First

Sim, é o que pretendo fazer. Provavelmente estão pela guilda. Aproveite as bolachas, Mocchan, eu vou...tentar pensar em como os encontrar. -- Ele coçou o queixo baixinho. Olhou para a sua gaita por um momento, pegando-a e então começando a tocá-la, para se acalmar por um momento, pensativo. Tocaria sua flauta e logo após alguns minutos se colocaria de pé, para procurar informações sobre os outros três membros da missão. Com sorte encontraria algum deles.

-- Lazarus perambulava pelos corredores sem um objetivo claro por algum tempo, não encontrando nada que o pudesse ser útil.No momento que começava a fazer seu caminho de volta acabava se encontrando com dois "velhos" conhecidos. -- Lazarus!É você mesmo?Você sumiu por dois anos, seu maldito! -- Era uma voz feminina e jovem, mais precisamente uma adolescente.Estava acompanhada de seu irmão dois anos mais novo, os conhecia bastante do primeiro ano que passara no acolhimento da Guilda.Era claro que aquele não era um lugar onde crianças podiam simplesmente ir e vir sem uma situação especial como a dele. -- Ah, senhor Lazarus!Perdoe a insolência da minha irmã.Ela não tem noção da própria situação. -- Os dois são filhos de Halil Hussain, um dos 10 Pashas da organização e o anterior comandante dessa estação.

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Caminhava despretenciosamente pelo local, bocejando levemente. -- "Onde eu posso encontrar aqueles malditos que eu só sei o nome?" -- Trabalhos eram complicados e "chatos" de certa forma, o que fazia com que Lazaro os evitasse, afinal, tinha uma vida a ser vivida ainda. Seus passos eram leves, quase flutuantes, e em seu rosto sempre um curto sorriso. Por mais de uma vez arrumou a gola de sua veste, de forma a tornar o simbolo ainda mais invisível.

Aquela voz irritante era facilmente conhecível pelo rapaz, que ao ouvi-la de longe, girou completamente seu corpo, e por um momento a areia pareceu subir. Abaixou levemente para ficar na altura dos adolescentes, pois sabia que eles odiassem que Lazarus fizesse aquilo. -- Sara? uau. -- Ele parecia desconcertado. Eles haviam o encontrado? algo dificil. Haviam boatos de que Lazaro era como uma cobra no deserto : Só se vê quando ela quer ser vista, mas, claramente era uma mentira. Levou a mão até a cabeça da menina, bagunçando o cabelo dela, enquanto dava um curto sorriso para o garoto -- Mahir Hussain, você cresceu, hein? lembro quando você era dois anos mais novo! Como vai seu pai!? -- A história dos dois com Lazaro era engraçada : Quando Lazarus chegou na sessão pela primeira vez, era visto como um gênio precoce, treinado pelo próprio En-Faruk (En-Faruk esse que o rapaz jamais entendeu exatamente o cargo entre a guilda) porém, com a passagem dos anos, perceberam que ele parecia apenas querer conhecer o mundo, e não guiar algo de fato.

Tossiu de leve, ocultando a boca com a mão, e voltou a falar -- Vieram na hora certa! Preciso da ajuda de vocês para encontrar algumas pessoas! -- Era tão incisivo que nem sequer dava chance das crianças poderem dizer que não. Sussurrou para ambas -- Kamal Hakin, Salil Nagi e Sameera Abbas.

--Ei, a gente mal se encontrou e você já vem com essa!?Ainda temos muito o q-- Antes que pudesse continuar a falar revoltada, era interrompida pelo seu irmão mais novo que dizia em um tom sério e severo. -- O Lazarus já é um membro integral da guilda, ele certamente tem seus motivos por trás do pedido.Além do mais, eu duvido que ele tenha o tempo a perder com você. -- Fazia uma pequena pausa, enquanto sua irmã rangia os dentes em irritação. -- O senhor Hakim deve estar em seu escritório a essa hora, eu imagino. --Mahir movimentava seus dedos, mexendo na interface holográfica do Neuro Linker e mandando um arquivo para Lazáro que mostrava um mapa da base com um indicador do dito escritório.

Você está certo, Mahir. É o futuro dessa guilda, sabia? Sua seriedade e foco são algo incrível. -- Não era dificil notar que havia algo de sofisticado por trás da "falta de nexo" de Lazaro. Assim que abriu o arquivo, respirou fundo e logo começou a analisar o mesmo. -- Caso encontrem os outros dois, podem me avisar? não nego que estou um tanto corrido. Digamos que... -- Sussurrou para os dois -- Me fizeram finalmente ter algum tipo de obrigação. Fui colocado contra a parede, sabe? -- Piscou de leve, enquanto se erguia, batendo as mãos levemente sobre os ombros dos dois -- Bom, sabem que estarei por aqui. Logo mais nos vemos? -- Parecia ter pouco tempo. Saiu em disparada para o local onde encontraria Hakim

-- Espera um pouco, Lazarus!...A Sameera, eu acho que ela tá estacionada nas tendas de vigia hoje.Você deve achar ela por lá. -- Dessa vez quem provia a informação era a garota, parecendo ainda desconfortável em fazê-lo. -- Da próxima vez vê se não sai correndo assim. -- Reclamava desapontada. -- Sara, não o pressione assim...Por favor desconsidere o egoísmo da minha irmã, senhor Lazarus.Estaremos rezando pelo seu sucesso. -- O garoto se curvava e arrastava Sara para algum outro lugar fora da vista do jovem Tirano.

Ué...Sara!? você tem informações também!? -- Parecia assustado, com uma expressão brincalhona na face. Lembrou de quando costumava contar as histórias de longe para ambos, ao som de sua gaita, como uma verdadeira ópera improvisada. Curvou-se levemente para ambos e disse, erguendo a mão -- Nos vemos logo mais, pequenos! Obrigado! -- Já tinha a localização de dois. Devia ir até o primeiro, no Estacionamento, antes de tudo.

"Precisamos seguir um padrão, Lazaro. Tudo é sobre padrões, você aprendeu isso há muito tempo. Encontre um padrão que lhe faça bem e terá o mundo em suas mãos. Por mais exaustivo que seja. Vamos primeiro à mulher do estacionamento, afinal, ela pode se mover. O que está no escritório, provavelmente tem coisas importantes a resolver, e por isso vai permanecer por lá por mais algum tempo, o que nos dá tempo o suficiente para resolver primeiro a questão daquela que está numa das grandes tendas. Vamos ver se a informação da pequena Sara está correta" -- Pensava ele, com um olhar metódico sobre as areias do deserto, onde o sol fazia com que dançassem preguiçosamente, embaralhando-se e sendo carregadas pelo vento.

Se aproximou de forma amigável, com passos tranquilos, com suas vestes levemente balançando ao vento, passando entre as pessoas que jogavam cartas. Sameera parecia mais velha do que o rapaz, e claramente mais experiente, podia retirar boas informações alí. Assim que parou próximo à mesma, se apresentou -- Sameera, certo? Eu sou Lazarus, e...gostaria de conversar com você, se possível -- Parecia polido.

-- Lazarus?Não posso dizer que é um nome conhecido. -- Dizia pensativa, colocando o punho cerrado sob o queixo.Seu corpo era visivelmente musculoso, dando a impressão que provavelmente poderia sair num mano a mano contra um digimon e sair inteira. -- O que você quer? -- Perguntava com um tom sério e respeitável.

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Estamos designados para a mesma... -- E fechou os olhos, aquilo bastava para dizer sobre o que estavam designados. A mulher era forte, muito forte mesmo, e era mais musculosa do que Lazaro, que por mais que tivesse um bom físico, era muito magro. Coçou a cabeça de leve e prosseguiu, levando a mão até sua gargantilha dourada. -- Eu gostaria de conversar sobre o que iremos fazer. -- Esperava que a mulher já houvesse entendido. Lazaro queria entender seus aliados para melhor poder servir em combate.

-- Isso é estranho, eu tinha certeza que só três pessoas estavam alistadas pra essa tarefa. -- A mulher dizia com um olhar de quem suspeita o próximo, enquanto mexia na interface do neurolinker, provavelmente confirmando os dados da missão. -- Mas de fato, aqui está você.Nós três, digo, quatro vamos nos encontrar amanhã as 7 da manhã e pegar um transporte para Al-Raqqa.Quando estivermos na cidade iremos coletar informações sobre o local e nos preparar, mas o combate será frontal e direto.Quando se trata do nosso objetivo, não pode ser de outra maneira. -- Lazarus provavelmente entenderia o que ela queria dizer com aquilo se pensasse no propósito real da missão.

Ele colocava seus olhos diretamente na mulher. Respirou fundo e fez que sim com a cabeça, parecia extremamente dura com combates e tudo mais. -- Me pergunto quantos combates já não lutou, Sameera, com todo o respeito. Dezenas? Centenas? -- Sua expressão era de curiosidade, e não de deboche ou qualquer coisa do tipo. -- Você parece do tipo que tem muito a ensinar, não? -- E sorriu, de leve. Eram da mesma guilda, por que não tentar aquilo? -- E, quisera eu aprender tanto! Afinal, temos de estar 100% preparados, não? todo o tipo de preparação é necessário. -- Ele dizia, respirando fundo e parando por um momento. Será que ela seria aberta a ensinar-lhe algo? dificilmente, parecia sólida como poucos. -- Enfim, espero que possamos nos dar bem! -- E abaixou a cabeça, de forma respeitosa, como sempre.

-- Você devia saber que nem chance nós temos de lutar centenas de combates, mas devo ter algumas dezenas na minha contagem. -- Dizia, mantendo sua expressão tão séria quanto antes. -- Se você quer aprender algo, então preste atenção nas missões que participa e tente seu melhor pra não morrer.É isso que faz alguém forte. -- Dava um curto e fraco tapa no ombro do rapaz e falava sem alterar seu tom de voz: --Estaremos contando com você.

Deu um bom sorriso naquele momento e disse -- Uma luta por dia. 100 lutas em 100 dias. -- Aquele era um ditado italiano antigo, ligado aos gladiadores, que lutavam todos os dias. Manteve a boa expressão e disse -- Já aprendi muito conversando com você, mesmo que vagamente, sabia? -- Colocou as mãos no bolso, piscando -- Enfim, foi só um reconhecimento. Nos vemos amanhã. -- E realmente era. A forma mais facil de conseguir fazer qualquer coisa é sendo subestimado. Ela, por exemplo, agora não esperava muito do rapaz. Por outro lado? ele entendia ela.

Seguiu até o homem do escritório, deveria conhecê-lo. Esperava que fosse como ela, provavelmente, do tipo que não sorrí muito.

-- Fazia seu caminho mais uma vez até a base, teria poupado bastante tempo e esforço se tivesse feito as coisas na ordem contrária, mas não quis correr o risco de perder um deles de vista.O caminho até o escritório era bem maior do que fizera até a sala do Pasha.Era um escritório modesto, uma porta única de madeira pesada o separando do corredor.Após apertar a campainha virtual para o lugar, não demorava muito pra que seu acesso fosse garantido.O lugar parecia confortável, uma mesa retangular alta com algumas gavetas, coberta por somente alguns poucos livros.O homem se sentava em uma cadeira de escritório preta, do tipo que roda, sua cara era toda marcada com tatuagens brancas tribais e seus cabelos são grisalhos-escuros. -- É a primeira vez que o vejo, quem és?

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Foi um baita trabalho para chegar até lá. Lazarus limpou o suor do rosto por volta de duas vezes, e quando finalmente chegou, parou antes de entrar para respirar. Não podia chegar esbaforido, soaria um tanto quanto...descortês? -- Olá! Kamal Hakim, não é mesmo? -- Disse, enquanto entrava, abrindo a porta num único movimento, por mais pesada que fosse. Parecia um homem ocupado, porém ainda assim amigável, talvez? -- Já deve ter ouvido falar de mim. Eu sou Lazarus, aquele que foi ensinado por Ali En-Faruk, e... -- Se aproximou do mesmo, estendendo a mão, como um cavalheiro -- Estamos juntos na missão. Vim conhecê-lo.

Sim, Baalmon Pasha decidiu me colocar na missão. -- Um sorriso surgiu em seus lábios. Já fora até mesmo chamado de cigano entre os membros da guilda, por sua mania extremamente nômade de agir. Retirou a gaita de seu bolso, e começou a limpá-la com o pano da manga de suas vestes, enquanto falava -- É o que chamam de "fenômeno do fantasma" não é? É preferível ficar invisível aos radares do que ser alvo deles. -- Piscou de leve, como se fosse uma idéia um tanto audaciosa e inteligente demais. -- O Conselho? não. Eu me ofereci para essa missão, de peito aberto. Creio que posso aprender muito nessa missão, mais do que já tenha aprendido. Um novo horizonte, talvez? -- Sutilmente tentou observar o que Hakim fazia. Parecia um homem sábio e de habilidades únicas. -- Já conheci Sameera, ela é um tanto durona, não? -- Disse, de forma amigável ao homem

-- Durona?De fato, pode se dizer isso.Mas eu preferiria dizer que é uma pessoa simples e direta de mais. -- Falava calmamente, com um certo ar de superioridade e sabedoria, como alguém que sabe muito e não consegue evitar de soar presunçoso, mesmo não sendo a intenção. -- O modo dela de fazer as coisas ainda vai a custar muito...mas com sorte não será nessa missão que isso acontecer.E, bem, se acontecer, eu suponho que tudo isso também faz parte do que é crescer. -- Concluía. -- Mas me deixe dizer isso, Lazarus.Tenha consciência da sua experiência.Você não estará lidando com um palco a sua altura.

Havia elitismo nas palavras de Hakim, escondidas por trás de uma fina camada de conhecimento e pouca sutileza. Continuou a limpar sua gaita durante alguns momentos, e então quando ouviu o que o homem dizia, parou de limpar, pegando a gaita em suas mãos, e fazendo contato visual. Aquilo fez com que ficasse completamente sério. Até mesmo seu tom animado veio a se tornar firme -- É o preço que me é cobrado pelos três anos que perdi. -- A verdade é que poucos sabem exatamente o que aconteceram nesses três anos. Até mesmo Lazaro não os lembra, apenas pequenos feixes que surgem de vez em quando, como se os dados e memória tivessem se perdido, se fragmentado mundo a fora. Como se já tivesse um dia estado no topo da pirâmide, porém...caiu para a base. Respirou fundo e disse -- O tempo passa, e nós esfarelamos. O palco é maior, de fato, mas é com o risco que se aprende. -- Olhava para sua gaita. Até hoje não lembrava exatamente para o que usava ela. -- Há algo que eu precise saber, Hakim, para essa missão? algo específico que eu possa apoia-los? creio que você, como conhecedor que aparenta ser, sabe muito bem dos que estão ao nosso lado, no que são bons e no que pecam. -- Um ato de humildade de Lazaro, de fato.

-- Nós fomos escolhidos em três, Lazaro.O mais importante que você precisa saber pra essa missão é que nós podemos ganhar. -- Dizia, franzindo o cenho em uma expressão séria. -- Você parece preocupado em ganhar, mas está olhando a situação pelo prisma errado.Economize sua força, evite os golpes de seu inimigo.Pra você essa é uma batalha que a maneira de se ganhar é não perdendo. -- Falava, voltando a mexer suas mãos pela interface visual do seu NeuroLinker que não podia ser percebida pelo rapaz que o observava.

Sim, é possível ganhar. -- Manteve a expressão firme, olhando para o homem de soslaio, e logo em seguida para sua gaita, colocando-a levemente sobre a luz e observando-a -- Mas não se trata apenas de ganhar. Ouvi boatos sobre um digimon perfeito. -- "Não atrapalhar" parecia mais importante para eles do que de fato ajudar. Respirou fundo e então fez contato visual com o homem por um momento. Era dificil tirar qualquer tipo de informação deles. -- Encontrar vocês dois foi mais facil, mas...eu me pergunto do terceiro. Por que é tão dificil encontrá-lo? -- Disse, parecendo mais conversar consigo mesmo. Tinha de se preparar para o próximo dia.