The Phantom Trio Arc - 02

--Nesse caso a conversa é mais rápida. --Achava um pouco perturbador estar sendo observado, mas Lucca tinha feito tanta cena que era provavelmente natural, procurava não se preocupar e ver o que podia fazer. --Eu sou Aria Enfield, hunter...Você sabe algo sobre algum grande detetive que está na cidade caçando o Trio Fantasma? -- Perguntava de maneira direta, provavelmente inspirado pelo modo de falar do homem que parecia poupar os florismos.

- Oh, mas com certeza! O Sr. Maverick já havia requisitado meus serviços algumas vezes, então já temos uma relação de longa data. Pela primeira vez ele foi desafiado diretamente pelo trio, então me pergunto o que alguém como ele fará nessa situação. Será um espetáculo muito inspirador...! - Parecia se perder em palavras, sua verdadeira expressão escondida pela máscara preto e branca. - Oh, mas onde estão meus modos? Eu sou Kuga. É um prazer conhecê-la. - Segurava a mão de Aria de modo elegante, como um verdadeiro lorde. - Se me permite perguntar, minha querida... por que está tão interessada por isso? Você foi assinalada com a difícil tarefa de capturar aquele Trio lendário?

-- Eu sou Aria Enfield.Igualmente. -- Dizia, não fazia questão de imitar o tom elegante, então parecia só convencido mesmo. -- Eu diria que bastante coisa aconteceu, mas isso também é verdade. -- Naquele momento começava a fazer o seu ato irônico e cômico de donzela indefesa. -- A-aqueles bárbaros roubaram algo importante de mim. -- Mas logo voltava ao seu tom habitual. -- E também, não parece  excitante  a ideia de capturar uma lenda?

- Parecia absorvido pela conversa, prestando atenção em cada palavra de Aria. - De fato! Um Hunter deve almejar o topo, almejar aquilo que não está em sua frente no momento, suas conquistas recordadas por séculos que virão. Capturar o Trio Fantasma deve ser apenas o primeiro passo na escadaria que a colocará no topo do mundo. - Dava uma pequena pausa. - Eu vi tudo que há para ver nesse mundo -- e parte das coisas que existem fora dele -- mas os feitos de um velho caçador são uma mera sombra do potencial que reside em sua geração: a vanguarda que levará esta exausta imensidão adiante.

-- Enquanto você entender está tudo bem. -- Dizia, dando um joinha para o aparente caçador veterano.Obviamente estava se referindo ao fato da nova geração deixar a velha sob sua sombra, bem, ao menos Aria faria isso.Tinha confiança em tal. --Você tinha dito que trabalha com o Sr. Maverick.Vocês estão juntos nesse caso?Nós realmente queremos nos encontrar com ele e ver se ele está disposto a nos ajudar nisso.

- Não não não, minha relação com o Sr. Maverick é mais pessoal que profissional, no fim das contas. Eu o conheço a um tempo considerável, de fato, mas não acho que possa ser muito útil a ele nesta ocasião. Essa não é minha área, afinal. - Explicava. - É uma pena, sem dúvidas, mas eu não posso guiar os jovens para sempre. - Dava uma breve pausa, com um suspiro. - Ah, mas claro! O mais importante... mesmo que eu veja certa dificuldade em fazer isso. - Finalmente respondia a pergunta de Aria, porém de modo negativo. - Este tem sido um período conturbado para todos nós, então eu não ficaria surpreso que o mesmo estivesse lotado no próprio trabalho. - Continuava. - E no topo disso... ele pode ser um individual extremamente teimoso, e não exatamente aberto a revelar detalhes do próprio trabalho assim. Ainda mais considerando a situação.

-- Ah, isso faz sentido. -- Não estava particularmente abalado por não receber ajuda de Kuga, não estava contando que ele fosse algum tipo de investigador auxiliar de qualquer forma. --Mas você pode me dizer onde posso encontrá-lo?Eu suponho que ele tenha algo como um escritório...Não precisa se preocupar com se ele vai ou não nos receber.Nós preferimos tentar e falhar do que só desistir, de qualquer forma.

- Hmm... muito bem dito! - Parecia inspirado com as palavras de Aria, por mais simples e comuns que as mesmas eram. - Eu apostaria minhas fichas em dois lugares. Primeiramente, na estação de polícia ao sul da cidade. É apenas natural ele estar trabalhando em união com a força policial em um caso tão sério como esse, mas um contato direto pode ser difícil seja isto verdade. - Pausava. - O segundo local seria um lugar conhecido como Bottomless Terminal. Não é dos locais mais agradáveis, mas você entenderá o que um detetive faria em um lugar assim quando chegar lá. Devo avisar que a entrada pode se provar difícil, mesmo com uma Licença Hunter. - Apertava os punhos sobre o balcão quando dizia isso. - Há locais fora da influência até mesmo da Associação. Fica perto das docas, para o leste. - Fazia mais uma pausa. - Ah, mas o tempo é precioso! Vocês possuem mesmo o luxo de procurar em dois locais tão distantes assim?

-- Bem, realmente nós só temos dois dias de preparo, mais ou menos. -- Pensava no que o homem dizia. -- De qualquer forma, não cabe a mim decidir isso sozinha.Obrigado pelas informações, vou discuti-las com meus colegas. -- Dava dois tapinhas no ombro do homem como agradecimento e voltava até seu grupo.Contava sem omitir qualquer detalhe sobre as informações que tinha recebido.O que levava um pouco menos de cinco minutos. -- Então, o que vocês acham?

- É bastante coisa pra absorver... - Azai dizia, olhando para um ventilador no teto. - O detetive, o garoto misterioso, as marcas no seu corpo e no do Lucca... as peças não se encaixam muito bem. - Dizia relativamente frustrado, abaixando a cabeça. - Vocês têm certeza que podemos confiar nele? - A desconfiança da garota não era totalmente infundada: Kuga era um homem bem estranho, de fato. - Quem sabe? É a única pista que temos no momento, então eu estou disposto a apostar nela. - Lucca dava de ombros. - O que você acha, Aria?

-- Eu não acho que nós necessariamente podemos confiar nele, mas mesmo que seja uma armadilha, nós não pegamos esse trabalho porque sabemos que podemos lidar com esse tipo de coisa? -- -- Dizia, determinado.Era bom em raciocínio lógico, mas isso não significava que era um detetive experiente.Seria difícil pegar criminosos em quais eles mal tinham informações e ainda sem qualquer tipo de ajuda profissional. -- Nós devíamos tentar esse lugar e se não tivermos sucesso nós voltamos aqui amanhã e falamos com o garoto.

- ...sua determinação é realmente inspiradora. Certo, eu estou com você! - Azai dizia, com um sorriso sincero. - Sem objeções aqui. - Lieze confirmava e Lucca concordava com a cabeça, determinado. - Mas onde iremos? Existem duas possibilidades e não possuímos exatamente tempo para perder. Nós poderíamos nos dividir em dois grupos, mas... não é meio arriscado?

Acho que se estivermos dispostos a gastar dinheiro com transporte é possível fazer os dois em um dia, não?Creio que se fomos primeiro à estação de polícia vai ser bem fácil saber se ele está lá ou não. -- O outro lugar citado era provavelmente algum tipo de comunidade de excluídos da sociedade e de criminosos que até a polícia e a associação não conseguiam colocar a mão facilmente.um ninho de falsários, bandidos, assassinos e escória de todo tipo de defeito de caráter possível.Ou seja, praticamente um jogo em casa para Aria. -- Interpretem isso como uma aposta.Se acertarmos de primeira teremos atingido jackpot, se errarmos ainda temos chance de recuperar nosso prejuízo, mas com bem menos fichas.

- Hmm... talvez se utilizarmos o metrô... - Azai parecia pensativo. - É, vale a pena tentar. - Dizia com certa determinação, fechando o punho. - Certo, então vamos nessa! - Lucca dizia animado. Lieze seguia até Kuga, cumprimentando o mesmo com grande respeito. - Err... obrigado por sua ajuda. Será de grande utilidade. - Sua expressão era escondida pela máscara, mas era óbvio que estava relativamente surpreso. - Não há necessidade disso, o prazer reside todo em mim. Ajudar a nova geração e auxiliar o nascimento da nova era... não há deleite maior! - Ria.

-- Kuuga era um pouco perturbador, mas Aria gostava de sua atitude humilde perante a sua clara superioridade.Liderava o caminho até a estação de metro mais próxima e se colocavam a comprar as passagens até a estação mais próxima da dita delegacia.Isso deveria ser fácil de achar se consultassem algum dos mapas que ficam nas estações. -- Certo, hora de pegarmos um trem para o nosso objetivo como seres humanos comuns. -- O garoto pensava um pouco.Somos todos os protagonistas de nossas próprias histórias, mas aqui estamos nós andando de trem.Isso provavelmente soaria como uma desconstrução groundbreaking caso fosse transformado em um anime.

- Aparentemente bem menos preocupadas com a desconstrução do simples e banal ato de andar de metrô, as pessoas continuavam a ir e vir, gerando um grande fluxo humano em nada impedido pela chuva na grande cidade de West Blue. Alcançavam a estação mais próxima do local indicado praticamente no fim da manhã, consultando um mapa para decidir como prosseguir. - Hmm... aqui diz que fica a cinco quarteirões daqui. - Apontava para o local marcado, precisando ficar na ponta dos pés para isso. - E ainda está chovendo bastante... que droga. - Azai protestava, visivelmente frustrado.

--Eu realmente me pergunto como vocês passaram no exame hunter com essa atitude.Em 10 minutos andando normalmente nós cruzamos essa distância facilmente. -- Dizia, indignado com o desânimo de seus colegas de trabalho.Se perguntava porque estava se sentindo tão animado e motivado naquele dia, apesar do fardo que as marcas estavam causando a todo momento. -- "Eu provavelmente quero terminar logo com esse trabalho e ir desafiar aqueles caras." -- Ria da sua própria previsibilidade.Provavelmente deixando os outros confusos.

- Nah, não é isso. Eu só não me dou bem com dias de chuva. Eu vim de um lugar em que chove basicamente todo dia, então eu desenvolvi certo desgosto. - Azai se justificava, com um sorriso sem graça. - Huh? De onde você veio? - Lucca perguntava com certa curiosidade. - Jappon. É um pequeno país próximo a Padokea, terra dos ninjas, samurais e haiku. - Explanava. - Ele permaneceu fechado para estrangeiros por maior parte de sua história, mas faz bastante tempo que eu não ando por lá. Difícil dizer a situação atual. - Desviava o olhar, meio desinteressado. - Então você é um samurai? - Em um rápido surto de interesse, a garota de cabelos brancos soltava a essa pergunta. - Bem... mais ou menos. Eu desenvolvi meu próprio estilo quando deixei minha casa, e grande parte das minhas técnicas foram modificadas para funcionar com Nen. - Dizia, com a mão no queixo. - Isso é suficiente. Vamos continuar andando, já que o tempo não para. - A conversa tinha durado pouco mais de um minuto, mas era verdade que estavam em uma corrida contra o tempo ali.

-- Ah, problemas com a cidade natal...Acho que esse tipo de coisa acontece bastante entre viajantes. -- Dizia calmamente como se não fosse assunto seu.Aria seguia o conselho e começava a andar pela chuva logo.Aparentemente preferiam não conversar e chegar no local o mais rápido possível então seguia o conselho, traçando o caminho em silêncio entre as poucas pessoas corajosas ou azaradas o bastante para estarem na rua naquela chuva.

- Os sons dos passos pisando sobre as poças d'água pareciam em sintonia, criando uma música levemente agradável mas que não era suficiente para aliviar a terrível sensação de molhar os pés. Após alguns minutos de caminhada, a chuva já começava a parar, a luz do sol já levemente adentrando a cidade por meio das nuvens cinzas.


- A chuva já havia cessado por completo assim que chegavam na estação policial, recebidos ainda na entrada por um grande mascote azul de grandes olhos negros que pareciam perfurar o interior de todos que ousassem o encarar.


- Eu posso sentir essa coisa observar minha alma... - Azai dizia preocupado, evitando entrar em contato visual com a criatura. A mesma era bastante similar com o mascote de uma força policial fictícia do famoso jogo portátil "Fênix Veríssimo", bastante infame em Ryuuseigai devido ao destino que a maioria dos assassinos em cada caso do jogo levava. Adentrando a estação, podiam ver que o local estava visivelmente ocupado, com funcionários que iam a viam a cada momento e discussões acontecendo a cada momento, o que era natural considerando o caso que possuíam nas mãos. - Parece que as coisas estão bem agitadas por aqui. O Trio Fantasma deve ser bem famoso mesmo. - Lucca comentava.

-- Eu só posso imaginar que tipo de inferno eles vão passar quando forem presos. -- Deixava sair uma pequena risada. --De qualquer forma, algum de vocês vá perguntar sobre o Sr. Maverick no balcão de atendimento.Eu faria isso, mas acho que alguém com licença tem mais chances do que eu nisso. -- Dizia francamente, observando a reação de seus colegas  pra saber quem faria o trabalho.

- A Lieze deve ir. - Azai falava quase que imediatamente. - É, sem dúvidas. - E Lucca concordava, dando de ombros. - P-por que eu? Vocês são Hunters também! - Protestava. - Pense um pouco. Quem tem mais chances: um samurai, uma criança ou uma garota bonita? - Azai também dava de ombros, como se a pergunta fosse retórica. Parecia meio envergonhada, mas cedia. - É, tem razão. Já volto. - Adentrava mais o interior da estação, logo sendo ofuscada pelo grande fluxo de policiais e funcionários.


- Passavam-se alguns minutos até que a garota retornasse, com uma expressão relativamente satisfeita. - Isso foi... bem fácil, pra ser sincera. - Dizia, colocando a mão no queixo. - E eu quase não precisava mostrar minha licença... - Explicava. Lucca cortava, animado. - Então, o que eles disseram?! - Perguntava. - É como nós pensávamos. Ele não está aqui no momento, e parece que ele foi investigar a identidade de um possível membro do Trio Fantasma. - Era meio desapontante, de início, mas já tinham ideia de que outro local ele podia ter ido. - Ouçam isso. O alvo do Trio Fantasma dessa vez é uma joia azul com nome de "Lágrima Lunar". Ela fica no museu no centro da cidade. Os policiais já cercaram todo o perímetro e estão fazendo buscas a todo momento em qualquer possível entrada para a sala que abriga o item. A segurança é máxima, mas com a magia da licença Hunter... - Tirava quatro crachás do bolso, uma caricatura moldada em prata do mascote da estação policial estampada sobre os mesmos, além de um código de identificação abaixo. - Nós temos passe livre para entrar no museu a qualquer momento. Então se falharmos em capturá-los antes do roubo, podemos terminar o trabalho no momento exato. Afinal, nós sabemos quando e onde eles estarão.

-- Apanhava o seu crachá com um sorriso, colocando-o em um bolso interno de sua bolsa.-- Pra falar a verdade, esse era o meu plano A desde o começo.Mas eu ainda acho melhor conseguirmos o máximo de informação neles antes...Se capturar eles no flagrante fosse fácil, eles já teriam sido presos, afinal. -- Dizia, alternando entre um sorriso confiante para uma face preocupada. -- Então vamos voltar pra estação, temos ir para o tal terminal sem fundo.Me pergunto se o trem para nesse tal terminal. -- Terminava com uma piada.

- Fica perto das docas, não é? Vamos procurar a estação mais próxima. - Azai dizia enquanto se preparava para seguir para a estação, os quatro novamente se jogando no grande fluxo de pessoas de West Blue.

- Alcançavam a estação mais próxima das docas após alguns minutos, o tempo na cidade já retornando para o Sol claro que era extremamente bem vindo por todos ali. Não era difícil encontrar o local mencionado por Kuga: muito próximo às docas, uma gigantesca estrutura que se assemelhava a um grande clube possuía uma placa brilhante com "Bottomless Terminal" estampado. Parecia meio impensável que aquele seria um local de encontro da escória da sociedade, considerando o luxo, mas ao mesmo tempo, estar tão visível parecia uma afronta a qualquer um que ousasse os desafiar. Carros negros permaneciam cercando o local a o tempo inteiro, um grande fluxo de pessoas das mais diversas etnias e formas entrando e saindo da porta que levava para o subterrâneo a todos os tempos. Dois homens com ternos negros permaneciam em cada lado da entrada, seus óculos negros escondendo qualquer movimento de seus olhos que permaneciam a todo tempo atentos a seus arredores. - É aqui, pelo que parece... - Lieze parecia visivelmente desconfortável, o que não era uma surpresa.

-- Wow, esse lugar é bom. -- Dizia em voz baixa, mas ainda audível para os seus colegas.Acenando positivamente com a cabeça como se tivesse visto algo magnífico. -- Não tem porque ficar esperando aqui, vamos entrar. -- Caminhava casualmente até a porta do local como se fosse algo costumeiro, nesse tipo de situação o melhor a se fazer era agir naturalmente.Esperava que suas ações falassem o bastante para os 3 que o seguiriam.