"Hmmm, eu me pergunto por onde começar...Talvez o meu nome seja uma boa ideia. É, vai ser isso mesmo. Eu me chamo John Smith e o que eu tento deixar aqui é...bem...história. Esse é um hábito que a humanidade perdeu, infelizmente. Por isso eu estou aqui tentando documentar tudo o que eu descobri e sei sobre esse mundo para as gerações futuras.
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Pra começar, o que eu sei é que, por algum motivo, o antigo mundo viu um cataclismo. Algo grande o bastante para dizimar boa parte da humanidade e da civilização que antes existia na superfície, junto com grande parte do conhecimento, história e tecnologia do velho mundo. O que sobrou depois é o mundo de agora, o que eu pessoalmente chamo de "Dumplands", as terras do lixo. O quanto o estado de hoje é de responsabilidade do cataclismo e o quanto do mundo de hoje é natural é um enigma pra mim, mas é fato que muitos locais tem tecnologias diferentes do resto do mundo que só podem ser fruto do conhecimento daquela época que foi preservado."
"Você já deve estar se perguntando como é o mundo em que eu vivo. Caso não tenha sido claro o bastante, esse mundo não é muito diferente de um enorme lixão...de pessoas, objetos e almas. De baixo dos escaldantes dois sóis das Dumplands, muito poucos são os tipos de vegetação que conseguem sobreviver, tornando a alimentação algo difícil. A maioria dos humanos sobrevivem em pequenos focos de civilização isoladas geográfica e culturalmente um dos outros, os poucos povos nômades e viajantes do mundo estão sempre correndo risco.
Seja produto de velhas armas descartadas, resultado das maldições dos espíritos vingativos que até hoje se apegam a essa terra de ninguém ou simples aberrações da natureza, o enorme deserto em que vivemos é habitado por todo tipo de criatura deformada, aterrorizante e perigosa. É claro que não faltam bandidos e os perigos naturais do deserto também. Por isso essa terra é extremamente difícil de se cruzar, poucos sendo os que tentam fazê-lo.
As pequenas vilas e cidades que estão espalhadas pelo mundo são deixadas à própria sorte quanto ao seu abastecimento e sobrevivência. Como resultado, muitas delas caem no controle de trupes de criminosos e tiranos, que governam com punho de ferro em uma terra onde a força é lei. Mas é claro, as diferenças são muito grandes de lugar para lugar. Enquanto algumas civilizações são extremamente primitivas e usam de cavernas e ferramentas de pedra, temos outras que gozam de arquitetura avançada e heranças culturais do velho mundo, lugares com enormes máquinas movidas a carvão, outros com veículos movidos a uma espécie de piche fino e até cidades com usinas que criam a energia dos raios."
"Ah, talvez você esteja achando que eu disse algo estranho na fita passada. Eu sei que existem muitas pessoas que são céticas sobre a existência de espíritos, mas existe uma prova concreta de existência deles aqui. Certos...itens...deixados por uma civilização passada. Eles vem nas mais variadas formas e estão espalhados pelo mundo, mas ninguém sabe muito bem como eles funcionam. Só que quando alguém está com um deles, elas ganham poderes extraordinários...o poder de empregar a energia das almas que vagam por esse mundo, gerando todo tipo de efeito, mas consumindo parte da mente do usuário em troca.
Como eles são baseados em uma situação bilateral, eu os chamei de "Contratos". Eles aparecem sempre marcados por brasões. No começo eu tive bastante de dificuldade de entender alguns deles, mas agora eu notei que esses brasões todos são ilustrações de insetos do deserto. Um louva-deus, uma vespa, gafanhotos, uma borboleta, uma formiga-leão e uma centopeia. Esses foram os que eu me deparei até o momento, embora ainda não tenha conseguido ter acesso permanente a nenhum deles, eu acredito que sejam um material de pesquisa ideal para descobrir mais sobre esse mundo."