Heaven's Arena Arc - Capítulo 15.5

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Diferente do que Aria já havia se acostumado em praticamente todos os dias de sua vida desde seu nascimento em Ryuuseigai, a atmosfera do local era leve. Como se o Poruk a Gylathe que saboreava afogasse toda preocupação que pudesse estar sentindo naquele momento, o garoto de Ryuuseigai sentia que podia simplesmente... relaxar. - Ah, não se preocupe com isso, ele não vai pagar. - Dizia a mulher de cabelos azuis com um olhar simpático. - O Yuudai é tão vagabundo quanto o Kenji e raramente aparece por aqui, por isso a gente aproveita. Não diz isso pra ele. - Dava um breve sorriso enquanto continuava com o prato em sua frente. - Mas mais importante... era seu namorado? - Perguntava com um olhar com expectativa, claramente provocando Enfield.

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- Mais pra um pretendente. - Brincava, mas logo corrigia. - Meu instrutor de nen, ele também está me ajudando com algumas coisas da investigação.- Depois da pequena explicação, voltava a seu tom habitual e despreocupado. - Isso me lembra, você deve ser bem popular, ou é do tipo que as pessoas tem medo de mais pra se aproximar?Se bem que tem gente que prefere essas...

- Hmmm... eu acho que sim, algo do tipo... - Respondia pensativa, colocando a mão no queixo enquanto fechava os olhos. - Quer dizer, o segundo tipo. - Corrigia-se assim que percebia que sua primeira resposta não tinha muito sentido, com um sorriso sem graça. - Ou seria o primeiro tipo? Geralmente varia, apesar de eu não poder dizer que sou muito fã do segundo, quer dizer, eu não sou realmente assustadora, né? - Lembrando-se de seu primeiro encontro, Aria podia entender como as pessoas se sentiam amedrontadas pela presença da garota. - Mas você é bem mais fofa, Aria, você também não tem uma linha de admiradores te seguindo? - Perguntava tomando mais um gole de sua bebida sobre o balcão.

- É uma surpresa pra mim também!Tinham uns no exame hunter, mas atualmente passam dias em que eu não recebo sequer um elogio, absurdo. - Apesar do tom cômico, mostrava uma genuína indignação. - Mas quando se trata dessa torre, eles preferem uma exibição colorida com explosões do que uma batalha técnica ou um rosto bonito, mesmo que eu tenha os dois.

- Bem, pessoas normais não conseguem enxergar Nen, então eles só se alegram quando alguém é mortalmente ferido com destroços voadores da arena. - Colocava a mão sobre o queixo, pensativa. - Você deveria tentar arrancar um ou dois blocos da próxima vez. Funciona. - Tomava o último gole da bebida em no balcão, olhando seu celular logo em seguida. Aria não podia evitar perceber que o horário marcava 19:11. - Hmm... eu queria ficar mais um pouco, mas acho que tenho que ir agora. - Colocava seu grande casaco de cor preta novamente, colocando a mão nos bolsos. - Oe, Kenji, eu já vou. - Gritava para o rapaz na parte de trás, que ainda jogava sinuca. - Foi bom conversar com você, Aria. Te vejo depois. - Dirigia-se para a saída do local, mas antes soltava uma última frase. - Ah, e tente não ficar até muito tarde. Essas ruas são perigosas durante a noite, especialmente com você sabe quem andando por aí. - E com isso, deixava o local, seus passos cada vez ficando mais distantes. Em frente a Aria, sobre o balcão, o prato já estava praticamente finalizado, restando apenas um pouco da sua bebida.

- Eu é que sou perigosa pras ruas. - Respondia de bom humor, acenando para Velvet que se retirava do local.Terminava de tomar seu suco, também tinha afazeres naquele dia e não queria perder muito mais tempo. - Até a próxima Kenji, eu tenho um baile marcado. - Brincava, partindo em direção à torre do paraíso após de despedir, pretendia ver o que San queria.

- O caminho até o massivo complexo de batalhas não era muito demorado, não tomando mais que alguns minutos de Aria, que poderiam ser percorridos mais rápido caso não fosse pega de surpresa pelo frio da noite. A cada dia, sentia que o ar esfriava mais, provavelmente como anúncio do inverno que se aproximava. A Heaven's Arena podia ser vista de praticamente qualquer ponto da cidade, suas luzes brilhantes piscando em meio ao céu negro da noite, então era virtualmente impossível se perder.

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- Diferente de anteriormente, o quarto de seu instrutor não estava trancado, gentilmente recebendo o garoto quando o mesmo tentava adentrá-lo. San era surpreendido por Aria, e, antes sentado de maneira descontraída enquanto apoiava seus pés sobre uma escrivaninha, adotava uma posição mais respeitável. Possuía algumas bandagens em seu corpo, provavelmente cobrindo ferimentos da luta mais cedo. - A-ah, Aria! - Recebia o garoto com uma voz desconfortável. - Desculpe, era ruim ter te chamado a essa hora? Você estava ocupada? - Perguntava, um pouco preocupado quanto a possibilidade de estar ou não incomodando a garota, o que não era característico do mesmo.

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Eu já terminei o que estava fazendo, você deve ser o único cara do mundo que pede desculpas depois de ser feito esperar tanto. - Ria do comportamento inusitado de seu mentor. -  E então?É algo sobre meu treinamento ou você conseguiu uma nova pista? - Perguntava, mas logo assumia uma postura cômica, colocando a mão em sua boca e fingindo surpresa. - Ou finalmente vai declarar seu amor por mim?

- N-não, pare com isso! - Adotava uma posição irritada e levemente envergonhada, demonstrando que não era muito bom essas coisas. - Eu quero falar sobre sua luta de hoje. - Finalmente ia ao ponto, mesmo que já tivesse mencionado isso nas mensagens para Aria. - Eu falarei sobre sua performance patética e vergonhosa depois, agora eu queria saber um pouco sobre seu oponente. - Era meio inusitado. - Você conhecia aquele garoto... Yuuta, mesmo antes de vocês lutarem? - Colocava a mão no queixo, pensativo, enquanto esperava uma resposta de Enfield.

-  Você é um péssimo ator, está escrito na sua cara que na verdade você quer me abraçar e dizer que eu fiz meu melhor. - Dizia de forma levemente arrogante, provocando San, mas alterava sua expressão para uma mais séria para responder a pergunta real. - Ele foi meu oponente na última fase do exame hunter, seus reflexos e capacidade física são muito acima do normal pra um humano, ainda mais pra idade dele.Nós também dividimos um apartamento antes de conseguirmos quartos próprios na torre.Por que o interesse repentino?

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- Entendo, então vocês já se conheciam... - Adotava uma expressão pensativa por alguns momentos, colocando a mão sobre o queixo. Alguns segundos se passavam, e abria uma gaveta próxima o mesmo, tirando uma espécie de pano avermelhado que cobria um item minúsculo. Não precisava entrar em contato visual com o mesmo para perceber sua existência, porém, já que uma quantidade absurda de Aura em estado de Hatsu emanava do mesmo, de maneira tão intensa que Enfield nem mesmo podia ler a intenção posta na mesma. - Você tem alguma ideia de por que ele tentaria implantar isso no seu corpo? - San estendia o objeto, não tocando diretamente na agulha. A pergunta sem dúvidas pegava Enfield de surpresa.

Hmm, não acho que seja algo relacionado com a luta.Com esse tanto de Hatsu isso é praticamente um rastreador, não? - Perguntava, perplexo. - Mas a não ser que ele seja um ator muito bom, eu diria que isso não tem a ver com algum objetivo final dele.Ou ele implantou isso de maneira inconsciente, ou alguém pediu pra ele fazer. - Depois de alguns segundos buscando conclusões, lembrava-se dos fatos mais recentes. - A categoria de manipulação pode ser usada pra controlar corpos e mentes, não?E julgando pelo fato que todos nós desmaiamos sem nenhum tipo de ferimento quando enfrentamos aquela mulher...ela não poderia ser uma usuária da manipulação e estar envolvida com isso?

- Hmm... é difícil dizer qual o objetivo disso. - Observava bem a Aura saindo do objeto. Aparentemente, até mesmo San possuía seus limites. - Ele também não parecia ser um manipulador, então é seguro afirmar que há mais alguém envolvido nisso tudo. - Colocava a mão no seu queixo, pensativo. - Mas quem? Se a Nora é realmente uma manipuladora, por que ela nos deixou vivos depois de ficarmos inconscientes? E no topo disso, por que ela tentaria controlar você, de todas as pessoas? - Os fatos não se conectavam muito bem, e a cada momento mais perguntas surgiam.

- Bem, essa coisa pode não ser relacionada ao nen dela, mas o método de implantação sim.E de qualquer forma é seguro presumir que Nora não trabalhe sozinha. - Era difícil bolar uma hipótese completamente sólida com tanta falta de informação. - Talvez eles não queiram me controlar, mas a razão pela qual eles querem me atingir é bem obvia.O último assassinato anunciou que eu seria o alvo, se eles querem realmente colocar a torre em caos, eles tem que pelo menos cumprir as ameaças deles. - Mas o elemento principal que não se encaixava tinha sido citado por San. - Agora eles terem nos deixado inconsciente, mas pouparem nossas vidas é uma incógnita.Ela estava fugindo, talvez não quisesse ser seguida, mas se ela tem um poder desses eu realmente não vejo porque ela não usaria antes.

- Sim, isso é óbvio, mas eu não entendo por que, assumindo que ela realmente é uma manipuladora, eles não tentariam controlar alguém como o Kenji ou aquele rapaz de cabelos negros. - Não conseguia lembrar o nome do mesmo, e Aria só lembrava que havia visto alguém com essas descrições momentos antes de desmaiar no dia em questão. - Argh, nada parece fazer real sentido... - Mexia no seu cabelo em frustração, demorando alguns segundos para se recompor. - Mas acho que não será muito útil ficar batendo a cabeça aqui pra sempre. - Levantava-se, vestindo uma jaqueta que antes estava estendida sobre a cama e dirigia-se até a porta do quarto. - Será muito mais fácil perguntar para ele pessoalmente, não é? - Dizia, aguardando uma reação da garota.

- Aria era pego de surpreso pelas palavras de San, recuando um passo. - Você sabe onde ela está?Impressionante! - Estava realmente impressionado com a eficiência e rapidez de seu mentor.Parece que realmente não podia subestimar um usuário de nen experiente, e acima de tudo, não se pode subestimar alguém que sobreviveu a Ryuuseigai.

- Na verdade... - Parecia ficar sem graça por alguns momentos, adotando uma expressão um pouco envergonhada. - Eu esperava que você guiasse o caminho já que vocês se conheciam antes. - Suas palavras eram um banho de água fria para a expectativa de Aria. - Mas não deve ser tão difícil descobrir, vamos.

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