Persona Memoir 2013 - O Natal de Osamu Maeda

Assunto: Persona Memoir 2013 - O Natal de Osamu Maeda Seg Dez 24, 2018 11:16 pm

Intro:"Tooi Kioku" por "Megumi Shiina"

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Terça-Feira(24/12/2013)

-- Osamu sentava em seu sofá familiar de cor verde enquanto segurava seu console portátil com olhos vazios. A luz do video-game era cercada por várias luzes vermelhas desfocadas a fundo na sala decorada com adornos natalinos. Era seu terceiro mês em Sapporo e ainda não tinha feito uma amizade sequer, muito menos trocado números de telefones. Sua família tem costumes bem tradicionais, então se lembrava desde criança de ver cartões de natais de seus parentes no chão, próximo à pequena árvore de natal que há muito utilizam, mas com as repetidas mudanças, os que chegavam eram cada vez mais escassos e por enfim, nenhum tinha chego. A neve caia na janela atrás do garoto, manchando as ruas de uma cidade nada familiar. Seu pai estava em seu quarto no andar de cima, enquanto sua mãe preparava algo na cozinha. Mas, mesmo eles claramente estando na mesma casa, o tamanho dela fazia a distância parecer muito maior, fazendo pairar um tom de solidão sobre a sala escura, iluminada somente pelos piscares vermelhos.

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- A pressão não declarada de tudo aquilo era tão alienígena e desesperadora que o frio que fazia lá fora parecia pesar sobre seu corpo com toda sua extensão, mesmo que utilizasse vestes apropriadas para aquela época do ano. Fechou seu videogame, incapaz de se concentrar na batalha contra boss de um dos inúmeros Dragon Quest. Por certo tempo agora, aquele havia sido seu único companheiro, mas sabia que, mesmo longa, sua jornada por aquelas terras estava destinada a encontrar seu fim. E com isso, aquilo que o distanciava da realidade. Suspirou, indo até a janela. Talvez o trânsito estivesse caótico com a neve, ou algo do tipo? Osamu pensou. Não podia deixar essa possibilidade morrer ainda, mesmo que no mais profundo de sua mente soubesse a verdade. - Eu queria saber por que ninguém veio esse ano... - Falou, de maneira comportada, mas provavelmente alto o suficiente para sua mãe lhe ouvir. A sensação que pairava, porém, não o dava tempo para considerar isso: sentia que estava realmente sozinho, mesmo com seus pais presentes.

-- Apesar do que dizia, em sua mente sabia a resposta. A maioria das pessoas em seu país não faz questão de grandes festas do natal, mas Osamu tem lembranças de infância das festas de família, dá época em que ainda moravam em cidades próximas. Com suas constantes mudanças, as festas de natal acabaram ficando costumeiramente solitárias. Podia ver a figura de sua mãe saindo da cozinha segurando um pernil de natal claramente grande de mais para comerem só em três, o que provavelmente significava três dias almoçando pernil. -- O que foi com essa cara desapontada? -- Perguntava, mostrando preocupação por Osamu. -- Vá chamar o seu pai para a ceia.

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- O ar se tornava levemente mais agradável com o aroma, mas não menos pesado. - A-ah, não é nada. Eu só... - Pausava. Não sentia que deveria falar aquilo. Ou pelo menos, não queria. Com o passar dos anos, havia se tornado apto a esconder e disfarçar suas próprias emoções. Aquilo era, provavelmente, um claro sinal de sua tristeza. - Nah, nada não. Eu vou chamar o pai. - Se dirigiu até o andar de cima em passos rápidos.

-- O garoto ouvia o assoalho ecoar com seus passos na casa desnecessária espaçosa conforme chegava no segundo andar onde os dois quartos da casa ficavam, além de um extra que não era usado e acabara virando só um trabalho adicional para a limpeza. Ao entrar no quarto de seus pais podia ver Byakuya com uma caneta em suas mãos, olhando para alguns papeis com o que pareciam ser planos para construção de alguma tipo de prédio. -- Ah! Osamu, você está aí! -- Se surpreendia com a presença do garoto, depois de quase 1 minuto em que ele estava no quarto. -- O que foi? --

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- Era pego de surpresa com a visão em sua frente. Bem, talvez nem tanto assim, considerando o quão ocupados seus pais eram. Apesar disso, trabalhar daquela maneira mesmo naquelas circunstâncias parecia exagero para Osamu. Especialmente quando isso comprometia tanto o tempo que passava com eles, algo que já se tornava raro. Mas é claro que jamais conseguiria dizer isso, ou até mesmo encontrar as palavras certas. - A 'mãe tá chamando. A ceia tá pronta. - Se aproximava um pouco mais, aventurando seus olhos rapidamente pelos papéis. Parecia complicado, muito complicado. - Você 'tá ocupado?

-- Ah, não é nada de mais. Eu vou com vocês. -- Dizia, marcando uns últimos números em uma linha de equações que o rapaz mais novo não entendia e se levantando finalmente. Os dois desciam as escadas silenciosamente até a mesa natalina onde a mãe de Osamu os esperava. Na mesa estavam dispostos o pernil, um arroz especial feito a preparo ocidental e uma salada de vegetais refogados. A mesa estava bem decorada com pinhas e outros adornos, mostrando algum esforço por trás do arranjo. -- Venham, venham, logo vai dar meia noite.

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» Maeda Osamu - Capítulo 5
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» Maeda Osamu - Capítulo 8
» Maeda Osamu - Capítulo 9