Cenário da Prata - Capítulo 1

Devia comer algo. Sabia que ali na guilda conseguiria algo para comer, junto dos órfãos que ao redor moravam. Comeria e então se prepararia para criar sua arma nas fornalhas. -- Oozora, que arma acha que combinaria comigo? -- parecia querer a opinião dela

--Chegando no salão já praticamente vazio da guilda, o garoto conseguia um café da manhã.Duas fatias de uma grande fruta chamada "Lobba", que tem um grande formato circular e uma polpa amarela consistente, seu gosto era adstringente com um tom de doce.Além disso uma bisnaga de pão com manteiga e queijo. --Hmmm, as armas de Silturn são diferente das que você tem aqui.O que você acha de arco e flechas?Eles são elegantes.Também existe algum charme na honestidade que espadas transmitem, eu diria. -- Oozora dizia com alguma energia, parecia gostar do tema.

Pessoas no Recinto:

Parecia curioso sobre as armas enquanto mordia a bisnaga. Olhou-a nos olhos e disse -- Como são as armas que tem por lá? Estou curioso! Woah, talvez eu consiga fazer algo como as armas de lá, se me auxiliar

-- Como eu poderia explicar...Nossas lâminas são mais finas.As espadas são curvadas, pra que a resistência do ar não as atrapalhe quando cortando de cima de um cavalo.Os arcos são mais longos e tem curvaturas diferentes.Você pode encontrar coisas como lanças com lâminas em formato de cruz, além do mais nossas maquinarias de guerra são muito diferente de coisas como brocas. -- Explicava com um sorriso no rosto.Entrava em mais alguns detalhes sobre coisas como os nomes das armas, como Katana, Yari, Arco Yumi, Naginatas e etc.

Esse negócio de Katana, que você disse, eu fiquei interessado. Será que conseguiríamos produzir uma dessa? Digo...seria atípico e extremamente prático, não? Ninguém aqui sabe lutar contra alguém que tem algo assim! -- parecia uma ideia genial aquela. Mas realmente era? Não sabia

-- Na verdade, não é exatamente impossível encontrar armas em Lyndbaum, já que muitos de Silturn vem pra cá, mas realmente deve servir como uma surpresa pra maioria dos oponentes. -- Dizia, um pouco pensativa. -- Essa cidade é o paraíso dos craftknights, não?Você deve ser capaz de achar registros sobre armas de Silturn na biblioteca da cidade e usar eles como base. -- Oozora tinha razão quanto a essa probabilidade, na verdade, talvez até o acervo da guilda, que não era pequeno, tenha algo.

Boa! Ele dizia se levantando, engolindo o último pedaço de Lobba enquanto corria para os registros da biblioteca. A ideia era aprender um pouco sobre para fazer sua própria arma

Tinha algum tempo livre ainda, deveria começar a buscar pelos materiais. Alguns já eram fornecidos pela Guilda. Aqueles que não fossem, teria de buscar por aí. Iria primeiro até sua casa, tentar fuçar no porão para ver se encontrava algo útil, que seu pai ou algum antepassado havia deixado em meio à pilha de coisas acumuladas, para facilitar na produção.

Caso encontrasse algo útil, iria até a Guilda se preparar para a forja da arma. Tinha um projeto de como fazê-la em sua cabeça, seguindo o que havia visto nos livros

--Tinha alguma sorte com sua casa, achando algum resto indecifrável de material no meio da pilha, mas não seria o bastante.Não conseguiu nada, aparentemente ele teria que arranjar os próprios materiais, já que era uma prova de "independência".O dinheiro que carregava certamente seria o bastante para comprar materiais, o mais certo a se fazer, já que explorar sem uma arma seria perigoso.


[Inventário Atualizado]

Tinha conseguido algumas coisas que poderia usar. Sabia que teria de comprar mais, e assim o faria, indo até o centro da cidade. Sabia que com sorte conseguiria pechinchar e bem com os comerciantes. -- Nós vamos até a cidade agora, Oozora. Vou tentar comprar mais material, sabe? vou usar uma tática secreta que passa há anos na minha família. -- Ele então começou a andar, de peito estufado. -- Minha vó usa direto. Ela compra em grande quantidade e pede desconto, é simplesmente genial. -- Essa era a tal tática INFALÍVEL de Shea. Pedir desconto e pechinchar.

-- Certo, espere só um pouco.Eu não gosto de ir para lugares  lotados nessa forma... --  A mulher dizia estalando seu pescoço e então desaparecendo.Na verdade ela não tinha, de fato, desaparecido, só saído do campo de visão do rapaz.Sem nenhum tipo de efeito visual, ou pista, a única coisa no lugar onde Oozora estava era um pequeno gato de pelagem vermelha brilhante e duas caudas, vestindo um colar adornado com várias caveiras.Ele miava e apontava para a saída da guilda.

É, eu entendo. Se eu tivesse outra forma, eu também faria isso. -- Ele dizia, de forma tranquila enquanto começava a sair para fora da guilda, com as mãos nos bolsos. -- Quer dizer, talvez eu até tenha, sabe? pode ser que eu seja até um dragão. Só que daí no caso eu teria de ter esquecido como me transformo. Seria um choque para todos se eu fosse um dragão, não? huh? -- Ele parecia estar conversando sozinho? não se sabia.

Entrou na loja com seu dinheiro contado, e então se aproximou do balcão, com uma expressão firme e colocou o dinheiro encima da mesa, olhando diretamente para o dono da loja. -- Eu tenho isso de dinheiro, e preciso de umas coisas legais pra forjar uma coisa mais legal ainda, George. -- Dizia, para o dono da loja. O homem era colega de seu pai, antes do mesmo ter desaparecido -- Me consiga as coisas mais legais que você tiver para forja. Vou falar MUITO bem da sua loja pros outros! 

-- George era um homem nos seus tardios 40 anos, seus cabelos castanhos escuros eram desgrenhados e já tinham entradas pra calvície e trechos de fios brancos.Sua barba também era farta, assim como os pelos que tinham pelo corpo.Sua risada que se ouvia era espatafalhosa e grave. -- Se quer do melhor eu posso te oferecer algum ferro refinado, mas aconselho que leve ferro normal, eu até coloco mais um pra você como desconto da casa.Afinal, não posso vender meus melhores materiais pra um aprendiz que mal sabe limpar a bunda sozinho. -- Falava com uma casualidade e intimidade surpreendente para  um dono de loja, mas é por conhecer o garoto desde pequeno, sendo amigo da família.

Mal sei!? Você não sabe de nada, George. Você está olhando pro MAIS NOVO Craftknight existente por aí. Eu tenho um projeto ousado. Você sabe que eu sou um rei em vestes de pessoa normal, não é mesmo? -- Ele tentava barganhar com George, mas era muito dificil. Olhou para o lado e logo disse -- Tá bom. 5 Ferros e 1 Ferro Refinado então, como você mesmo disse! -- Ele cerrou os olhos, tentando enganhar George. Torcia para que o mesmo já estivesse Gagá. -- Eu terei de forjar algo hoje.

--Isso foi a tentativa mais idiota que eu já ouvi, mas foi ousada.Isso eu tenho que respeitar. --Dizia, com sua voz forte e mais uma risada.Colocando 5 ferros e 1 ferro refinado em cima da mesa e pegando o dinheiro. -- Só dessa vez, garoto.Pegue isso e apareça um dia com uma arma pra deixar todo mundo de boca aberta.

O rapaz era imparável. Estufou o peito no momento em que George começou a guardar suas coisas, e disse -- espere e verá, George. Vai ser tão grande que vai tocar os céus! -- ele dizia se despedindo para poder finalmente ir para a forja

Assim que chegou em casa, levou tudo para seu quarto, para organizar seus materiais para forjar no outro dia. Deveria fazer tudo da forma mais adequada e tranquila possível, evitando problemas por pressa

Sua ideia era inicialmente a de forjar uma katana e diversas armas menores de arremesso, como as que havia visto nos livros que lerá hoje mais cedo. Tinha tempo livre, mas quanto? Talvez devesse praticar um pouco

Havia passado o resto de sua noite praticando, e estava saindo do banho agora. Como havia esquecido da presença de Oozora, estava sem camisa novamente, com a toalha enrolada em seu corpo. Olhou para cama, onde Oozora se encontrava e disse -- Nossa, você está me elogiando? Uau. -- ele então olhou para a janela e disse, confiante e sério -- Antes eu não tinha nenhum objetivo, meta ou qualquer coisa do tipo, sabe? Eu queria ser como uma onda apenas, mas...agora eu tenho de me esforçar. Não quero que você pense que sou fraco ou qualquer coisa do tipo. É muita coisa em jogo pra nós, Oozora. E eu sei que posso representar bem no torneio. É, eu acho que quero estar lá.