Kurama Mamoru 05 - Passado e Futuro

- O dia estava incrivelmente morno. O céu estava azul acima de suas cabeças, uma visão rara para quem vive na Vila da Névoa. Sr. Bigodes andava para lá e para cá, enquanto Yuko apenas o observava. Após algum tempo a mulher se aproximou do gato, fez carinho e voltou para onde estava. - Ah, Mamoru, enfim você chegou. - Sentou-se no chão, sobre a grama verde, e fez sinal para que Mamoru a acompanhasse. - Você sabe como é perder alguém importante, não é, Kurama? Tudo parece injusto. Todas as autoridades parecem corruptas. O mundo parece funcionar de uma forma diabólica, agindo apenas para te fazer sofrer. Mas às vezes vem um raio de esperança, vocês se reencontram, mas isto dura apenas alguns segundos... O que sentiu assim que seu pai desapareceu, Kurama? - Perguntava de forma áspera. Encarou Mamoru diretamente nos olhos, sua expressão pálida parecia fazer o ar ao redor congelar.

NPC Presentes:

- Sentou-se de maneira descontraída sobre a grama, mantendo uma expressão comportada enquanto ouvia as palavras de sua tutora. Seus olhos pareciam distantes, sendo levemente ofuscado pela luz refletida pelos seus óculos. Sua expressão escurecia consideravelmente quando Yuko mencionava seu pai, apesar de tentar esconder isso. - O que eu senti, huh... - Adotava uma maneira elegante de se sentar, observando a grama como se seus pensamentos viajassem aos milhões, indo e vindo. - Faz tanto pouco tempo que eu ainda consigo sentir a sensação dentro de mim. Desespero, tristeza? Algo assim. Mas no fim, o que realmente se sobressaiu foi a raiva. - Abaixava sua cabeça. - As pessoas dizem que existem cinco estágios para a dor, mas quando tudo aconteceu... eu só senti raiva. "Por que isso aconteceu comigo?" "Eu fiz algo de errado para merecer tudo isso?" "Isso é injusto.", era o que eu pensava. - Apertava suas mãos. - Não era algo que eu conseguia explicar logicamente. Era um ódio sem forma, dirigido a algo abstrato. Um inimigo sem rosto, por assim dizer. O resultado disso é que eu parei de me preocupar com a verdade de dois anos atrás e só me foquei no meu próprio objetivo.

- Yuko abria um leve sorriso que morria antes de se completar. Cruzou suas pernas antes de voltar a falar. - A vida de um ninja é cercada por morte e dor. Somos ensinados desde cedo a não nos importamos com nossa própria vida, nossa empatia é sufocada, esmagada, despedaçada... Eles acham que vale a pena sacrificar um humano para ganhar um soldado. Depois de anos e anos treinando, matar ou roubar é a única coisa que realmente sabemos fazer, é difícil aprender algo novo depois disso. - Seu rosto se levantou, encarando o céu por alguns momentos. O vento bateu em seus cabelos e os balançou para lá e para cá. - Muitos ninjas preferem não se casar, sabia? Alguns até mesmo esquecem o que é o amor. Um ninja de alguma força secreta provavelmente mataria toda sua família se lhe dessem a missão. Você quer ganhar dinheiro, Kurama? Muito dinheiro? Foi por isso que decidiu ser um ninja?

- Não era nada que Mamoru já não soubesse. O mundo ninja era cruel, e isso era um fato. Não havia como aliviar aquela realidade. Deu um sorriso assim que sua tutora mencionou sua família. - Do que está falando, sensei? Todas as pessoas importantes para mim já morreram. - Seu pai muito provavelmente estava morto e sua mãe não mais o reconhecia: o que ele tinha para perder? Sua vida? Ele nem mesmo valorizava isso tanto assim mais. Ele apenas temia que esquecesse de seu objetivo com o tempo. - Eu não disse quando nos conhecemos? Eu quero destruir o mundo. Esse é meu único desejo. - Era algo meio inconcebível e impossível, mas Mamoru já havia abandonado o bom senso a muito tempo.

- O riso de Yuko desta vez era completo. Completo e estridente. - Uma lição para você, Mamoru: não dá para destruir o mundo sem dinheiro. Acredite, eu já tentei. - Seu rosto ficava novamente sério. - Acho que tenho uma história para te contar, certo? Bem, vamos lá. Eu me tornei uma Gennin com a mesma idade que você. Assim como você, também já sabia tudo o que lhe disse, todos ouvem isso em algum ponto. Mas ouvir é diferente de experimentar. Meu primeiro confronto com a realidade foi em meu primeiro Exame Chunnin. Uma parceira de time, minha parceira de time, acabou assassinada. Não era para ser uma prova mortal, mas acabou sendo. Seu assassino acabou condecorado, aparentemente matar alguém é a prova definitiva que os Kage precisam para lhe tornar um Chunnin. Eu e Rikuto ficamos abalados, acabamos eliminados. Mas não importava, nossa amiga havia sido morta, isso era importante. E depois, na última fase, tivemos que ver aquele maldito rindo, não se importava que havia matado uma pessoa. Provavelmente já havia matado outras. - Parou para suspirar. - O que você teria feito no meu lugar, garoto Kurama? Teria invadido o lugar e atacado o garoto? Ou apenas guardaria seu ódio?

- Essa foi uma resposta extremamente longa. - Ficava um pouco sem graça, fechando seus olhos enquanto absorvia todas as informações. - Eu não sei como responder isso, até por que eu não conseguiria entender como você se sentiu nessa situação. - Abria os olhos, mantendo-os focados seriamente em sua tutora. - Matá-lo me faria igual a ele, não é? Essencialmente, eu sou tão diferente dele assim? Quer dizer, eu acredito que você matou muitas pessoas em sua carreira como ninja, sensei, então qual a diferença entre você e ele? - Ninjas não eram ferramentas de justiça. Isso tudo Mamoru compreendia, ao menos. - Mas no fim, nossos próprios sentimentos e nossas relações com aqueles amamos significa muito mais que tudo isso. Eu não posso julgá-la se decidir fazer "justiça" com as próprias mãos, assim como também não acho que guardar o ódio para si é um sinal de fraqueza. É extremamente auto-destrutivo, mas fraqueza? Nem tanto. Requer coragem para manter suas próprias emoções em cheque e agir logicamente em uma situação assim. Pelo menos é o que eu acredito. - Tirava seus óculos, os limpando com um pano que carregava. - Sem dúvidas é uma pergunta difícil, então eu não sei como escolher. Mesmo que se o momento em que eu precise fazer uma decisão chegar... eu não tenha esse privilégio.

- Poucos sabem o que fazer, por isso a maioria acaba não fazendo nada e uma pequena parte acaba fazendo algo sem pensar. Eu fui o terceiro tipo: o que pensa. Impedi que o Rikuto entrasse lá e o matasse. Ele conseguiria, tenho certeza. A morte só realmente nos importa quando atinge alguém com quem nos importamos, ou a nós mesmo. Enfim, o tempo passou, eu e o Rikuto nos tornamos chunnin sem muitas dificuldades. No mesmo dia em que nos tornamos chunnins, começamos a namorar.Um casal de ninjas, ambos jovens e sem experiencia real, o que poderia dar errado? - O tom de ironia era grande em sua voz. - Mas antes de prosseguir é melhor te explicar quem é... ou melhor, quem foi, o Rikuto. Ele era um garoto órfão, olhos grandes e curiosos, negros como a noite, pele acobreada, e um gênio natural para o combate. Ele era completamente autodidata, usava Raiton mesmo sendo apenas um Gennin. Os Chunnin tinham medo dele, os Jonin diziam que seria um forte candidato para o cargo de Mizukage. Quando nos tornamos Chunnins, ele já estava em um nível inimaginável. Mas, apesar de tudo isso, era uma pessoa gentil. Raramente se irritava, agia como mediador, estava sempre disposto a ajudar... - Mamoru conseguia perceber a melancolia tomando conta do rosto e da voz de Yuko. - O Sr. Bigodes foi um presente dele, de 6 anos atrás. Quando já éramos Jonins fomos mandados para uma missão, era secreta, super importante, um grupo de Jonins e Chunnins nos acompanhou. Não irei detalhar tudo, é... é doloroso. Mas eu fui capturada, o inimigo era forte, forte demais, mesmo para o Rikuto. Ele teve uma escolha: para me salvar, precisaria matar todo nosso time. Pedi para que me abandonasse, disse que a missão era mais importante, mas ele... bem, eu estou viva agora, certo?

- Novamente fez-se silencio. A história claramente era muito importante para Yuko, despertava seu lado emocional. Uma ninja treinada para matar estava, em um raro momento, mostrando seu lado frágil. - Ele não morreu. Ainda vive, é um nukenin procurado por todas as aldeias, ele e o grupo do qual faz parte. Já ouviu falar sobre as Bijuu, Mamoru?

- Era sem dúvidas estranho ver sua tutora daquela maneira. Uma face tão melancólica e frágil que parecia se esvair pelo vento... era algo que Mamoru não podia esperar. Não comentou nada sobre a história explicada a ele, afinal, claramente era um assunto doloroso para ela, e de qualquer maneira, não sabia o que dizer. - ...claro. É senso comum, afinal. - Respondia de maneira calma, mantendo seus olhos focados.

- Imaginei que sim. Mas tem outra parte sobre essa história, uma parte que os jedisábios não contam. Alguns grupos, durante vários momentos, tentaram descobrir se as Bijuu eram apenas lendas ou se haviam realmente existido. Isso levou a muitas batalhas, e por fim esses grupos foram eliminados quase completamente. Os membros restantes sumiram, provavelmente desistiram de tentar levar algo tão perigoso pra frente. Mas isso mudou recentemente, alguma coisa aconteceu, ou está acontecendo, ou vai acontecer, no País da Terra. Eles são fechados, não dão informações ou sequer pedem ajuda, mas os escalões mais altos sabem que algo está estranho. Tem alguma relação com uma profecia, algo mais antigo que as próprias Vilas. O Rikuto e seu grupo querem impedir que seja lá o que isso seja aconteça, embora de uma forma que eu discorde. Mas isso não importa muito para você, exceto talvez se quiser realmente destruir o mundo. O importante disso é qiue nossas histórias se cruzam aqui. Uma das últimas missões de seu pai foi se infiltrar na Vila da Pedra e investigar o que eles sabiam sobre isso. Não digo que foi o que aconteceu, mas é uma possibilidade, seu pai pode ter sido morto por forças da Vila da Pedra. Entende o que isso significa, Mamoru?

- Não conseguiu conter um breve sorriso. Ajeitou seus óculos, que eram levemente bagunçados quando abaixava a cabeça. - Essa reviravolta é risível. Bijuus? Grupos? Vila da Pedra? E meu velho estava envolvido com isso tudo? - Era tanto para absorver que sua mente parecia quebrar por alguns momentos. - Isso é conveniente. Conveniente até demais, se eu posso dizer. Por que está me dizendo essas coisas, sensei?

- Porque você tem o direito de saber o que provavelmente aconteceu com seu pai. E porque eu já me senti assim como você. Destruir o mundo não mudará nada, Mamoru. - Levantou-se, balançando o rosto e assumindo sua expressão habitual. - Sua guerra seria mais justa se tentasse muda-lo. Acabar com a instituição ninja, por exemplo, e com os privilégios da nobreza. Unir todos sob uma bandeira. Espero que entenda isso algum dia, e se realmente entender, apenas me diga como e porquê entendeu.

- Mudar o mundo, hein... - Não tinha como dizer que nunca havia pensado naquilo tudo, mas o mundo parecia vasto e podre demais para que Mamoru conseguisse curá-lo. Destruí-lo, por outro lado, seria algo extremamente mais simples. Ou seria mesmo...? - Não é algo que eu nunca considerei, mas... minha raiva é simplesmente grande demais para ser aliviada com algo assim. - Suspirava. - Mas... obrigado por falar comigo sobre isso, sensei.

- Espero que nem você nem a Aldeia tomem isso como subversão, Mamoru, mas se quer descobrir a verdade sobre seu pai, recomendo que fique forte e faça como o Rikuto. Não espere a boa vontade dos Kage para uma investigação sobre algo que nem ao menos deveria acontecer. Quer dizer algo? Responderei qualquer dúvida que tiver, depois disso sairemos para uma missão real. - Sr. Bigodes veio se aproximando e se deitou aos pés de Yuko. Pela forma como ela falou, Mamoru conseguia imaginar, esta missão não seria como a anterior.

- Não... eu estou bem. - Afirmou, recusando fazer qualquer pergunta. Jogou seu corpo na grama, observando o céu. - Eu preciso de um tempo para pensar... só isso.

- Você tem 30 minutos para fazer o que quiser. Nos encontre na porta de entrada. - Yuko disse e apenas saiu caminhando. Sr. Bigodes continuou deitado. O vento ia e vinha, acertando Mamoru e balançando as folhas. Estava no quintal, a cozinha estava perto, assim como o dojô. Poderia também ir para o quarto no qual estava alojado. Yuki e Osamu provavelmente estavam na casa, não seria dificil encontra-los se quisesse.

- Ele precisava de algum tempo com seus pensamentos, então não estava no humor de lidar com Shun ou Osamu naquele momento. Passou alguns minutos na grama e então fez seu caminho até o quarto em que se encontrava, permaneceria algum tempo ali até a hora de se encontrar com seus companheiros.

Era o clima típico da Vila. Levemente frio, nublado e algumas luzes acesas que deixavam possível enxergar a rua deserta. Sua professora estava aguardando, junto com seus dois companheiros de time. Diferente da Yuko que havia encontrado mais cedo, ela agora parecia levemente relaxada. Talvez uma máscara, ou talvez apenas sua natureza. Estava conversando falando alguma coisa com Osamu e Shun. "... e foi assim que ele recebeu esse nome. Ah, Mamoru, aí está você. Finalmente estamos todos reunidos. Estão prontos? Nossa missão será entregar um anel para uma vila, é algo levemente importante. Iremos apenas os 4, mas não nos apressaremos, aproveitaremos esse meio tempo para conhecer um pouco mais sobre nosso belo país. Alguma pergunta?"

NPC Presentes:

- Tentava manter-se longe dos pensamentos que pesavam em sua mente naquele momento, assim como havia feito desde sempre. Aquele provavelmente seria um ótimo exercício para isso. - Não, nenhuma. Eu estou totalmente pronto! - Dizia, com seus punhos sobre a cintura enquanto forçava um sorriso, com os olhos fechados. - Ah, tão bom sair em uma missão de verdade pra variar...

-"O que exatamente é esse anel? Não imagino que alguém pagaria ninjas para levarem apenas um anel de um lugar para outro", perguntou Osamu. - "Ótima pergunta, Osamu. Este não é um simples anel, é um anel cerimonial. Essa vila tem uma celebração que acontece anualmente, quando todos os noivos ou namorados se casam. Mas o primeiro casal deve apenas encenar o casamento, eles acreditam que isso vai dar boa sorte para todos os outros casais. O anel que o primeiro casal usa costumava ser sempre o mesmo, mas ele foi perdido ou robado, o que os forçou a encomendar este, uma réplica extremamente fiel, nosso dever aqui é garantir que a tradição continue. O festival acontecerá em 4 dias, o que nos dá bastante tempo de sobra", Yuko parecia animada com a ideia do festival. Mas não mais animada que Shun. - "Ei, ei, se é um festival então vai ter muita comida, certo? E nós vamos poder comer livremente, certo? Ouviu isso, Mamoru? Finalmente poderemos comer algo bom novamente, tiraremos a barriga da miséria", a garota praticamente pulava enquanto falava. - "Se estiverem prontos, saíremos agora."

- Parece interessante, mas isso me lembrou de outra coisa... - O fato de que ele AINDA não tem uma namorada, isso é. Quando Mamoru era criança, todos falavam de como ele ficaria mais bonito quando crescer e iria arrasar corações ao redor da vila. Bem, não é necessário um gênio para compreender que isso ainda não aconteceu. Ver outras pessoas em casais felizes e em amor e apaixonados e felizes e em amor e zaz zaz realmente não ajudava. - Vamos comer tudo que pudermos, Shun... eu tenho que afogar minhas mágoas de alguma maneira. - Dizia, praticamente em lágrimas.

- "Sua hora chegará algum dia, Mamoru...", Yuko dizia, entendo perfeitamente o que Mamoru queria dizer. - "Mas, por hora, vamos nos focar apenas na missão. Vamos dividir ela em partes, certo? A primeira começa agora. Vocês sairão da vila pelo leste e então... tentarão me encontrar! Boa sorte, esta é a primeira parte!", Yuko disse antes de desaparecer, deixando Mamoru e seus parceiros confusos. Era, novamente, um teste. - "Quantas vezes ela vai precisar nos testar?", - "É só um jogo, Osamu, não precisa ser tão chato. Tenho certeza que o Mamoru aqui está animado também, certo?"

- Com isso é a segunda pessoa que entende sua chatice, Osamu. Muito bem, Shun, humilha ele. - Mamoru brincava, socando uma das mãos em certa excitação. - Mas se eu sozinho consegui encontrar aquele gato, nós três devemos conseguir encontrar a sensei. É como aquele herói disse uma vez: "Tal gato, tal professora ninja." - Dizia enquanto tomava a liderança, parafraseando o protagonista de um conto ninja extremamente antigo... apenas para voltar poucos segundos depois. - Acho que o leste é pro outro lado...

- "Se querem tanto assim, que liderem o caminho. Se encontrarmos ela talvez eu faça algum esforço para capturar, mas o resto é com vocês", dizia um Osamu mal humorado. Sua lança estava nas costas, como sempre. - "Ceeeeeerto. Vamos, Mamoru! Seja nosso estrategista dessa vez. O que faremos?", Shun, ao contrário de Osamu, parecia extremamente animada. Talvez fosse a perspectiva de comer o quanto quisesse.

- Eu sou o estrategista de vocês toda vez. Pelo amor... eu sou um usuário de Genjutsu, não um herói galáctico. - Suspirava. - Mas eu até entendo que vocês precisem dos meus dotes, afinal, eu sou a pessoa mais inteligente que eu conheço. - Enchia o peito, visivelmente convencido. - Mas ela só disse que devemos encontrá-la, não foi? Não ouvi nada sobre capturá-la ou algo do tipo, heh. - Ele iria pelas palavras de Yuko, que eram claras. - Vamos analisar a parte leste da aldeia antes de qualquer coisa. - Era uma floresta? Uma planície? Isso decidiria seu curso de ação.

- "Ela disse que estaria na parte de fora, Mamoru. Você ao menos ouve o que as pessoas dizem ou é burro demais até pra isso?", Osamu mantinha o rosto totalmente fechado. Alguma coisa com certeza estava irritando o garoto. - "Calma, Osamu! Não precisa ficar tão irritado, o que aconteceu com você?"