304th Hunter Exam Arc - 03

- Parecia que meses haviam se passado desde que Elliot e Estelle haviam subido a bordo daquele PeroPero. Mas na realidade, não mais que algumas horas haviam sido percorridas. A névoa e a repetição dos movimentos pareciam contribuir para essa sensação. - Será que esse cara tá levando a gente pro lugar certo mesmo? Já faz um tempo. - O rapaz que acompanhava a garota dizia, sentado sobre a ave enquanto abraçava seus joelhos. Tirava uma espécie de mapa de seu bolso, mas que não parecia ajudar muito. - Erhm, uuhm... eu posso afirmar com certeza que a gente 'tá em Kukan'Yu. - Dizia.

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- Estelle sentia o vento em seu corpo e isso fazia com que cada parte de si se sentisse mais viva que nunca. - Eu acredito em El Gordo. Ele não nos levaria para o lugar errado. Certo, amigo? - Dizia enquanto dava dois pequenos tapas de companheirismo no grande PeroPero.

- Kyeh... - Não sabiam se aquilo era um sim ou um não, e no fundo preferiam não saber. - Ah é, antes que eu me esqueça. - Chamava a atenção de Estelle, pela primeira vez demonstrando certa curiosidade. - Como você fez... sabe, aquela coisa no rio? A de atirar nos peixes. - O rapaz perguntava, ainda sentado. - Você é algum tipo de maga?

- Bem, eeeer.... veja bem... - Estelle não sabia como explicar o que é o Nen para Elliot. Bem verdade, a garota mal sabia explicar para si mesma como Nen funcionava. Apenas funciona. - Vê aquela montanha? - A garotava apontava para uma das montanhas que mal poderiam ser vistas através da névoa. - Você pode escalá-la. Para uma pessoa normal levaria muito tempo, mas para um usuário de Nen... seria extremamente rápido. O que eu quero dizer é que Nen é um tipo de poder espiritual... eu acho... que te deixa fazer coisas incríveis que ninguém mais consegue. Como soltar raios pelos dedos ou ter a força de um tanque de guerra. - Sentia-se sábia e confiante com a sua resposta.

- ????? - A explicação de Estelle havia sido longe de ideal, e o rapaz estava visivelmente confuso. - Okaaaay... eu acho que entendi. Mais ou menos. Você tá dizendo que super-poderes existem, e você consegue usar? - Chegava a conclusão rapidamente, e mais rapidamente ainda parecia aceitar aquelas palavras absurdas. Apontava para o horizonte. - Você pode destruir aquela montanha, então?

- É! É basicamente isso! Minha explicação realmente funcionou. - Dizia orgulhosa de si mesma ao responder a primeira pergunta de Elliot. - Ora, hehe, veja bem... destruir uma montanha... com certeza eu poderia, mas não seria bom, sabe? Causaria muita destruição. Mas não se preocupe, acho que todos os hunters tem que aprender a controlar seus Nen, então um dia você vai poder testar por si mesmo. - Blefava.

- Se jogava sobre as penas do pássaro, que continuava seu percurso. - Então eu acho que você não terá nenhum problema em qualquer fase que envolva lutas. Eu só espero não ser seu oponente... - De alguma maneira, parecia comprar o blefe de Estelle. - Mas, cara, toda essa coisa de Hunter parece complicada demais. Se o que você diz for verdade e todos eles forem tão poderosos assim... não tem como um Hunter ser uma pessoa normal. - Colocava as mãos atrás da nuca. - Ei, a gente provavelmente ainda tem um bom tempo até chegar, então vamos jogar papo fora enquanto isso. Por quê você tá tentando o exame?

- Ah, bem, é uma história longa... e muitas partes dela são meio, sabe, tristes. - Estelle dizia. Sabia que não poderia contar sobre Elliot sobre tudo o que havia acontecido desde que havia sido desclassificada no Exame anterior, mas ao menos poderia contar sobre suas motivações originais. - Meu avô era arqueólogo, sabe? Então desde cedo eu queria poder viajar pelo mundo descobrindo todo tipo de coisa, como ele fez. A melhor forma de conseguir isso é sendo um Hunter, então eu decido que iria me tornar uma. Eu tentei fazer o Exame na última vez, mas acabei, heeer, desqualificada. De lá pra cá eu pude aprender Nen e descobrir muitas coisas que só reanimaram minha paixão pela arqueologia. Então é isso. Eu quero ser uma Hunter para viajar pelo mundo! - Um sorriso surgia em seu rosto. Um sorriso de sincero contentamento e determinação. - E você?

- Esse é um objetivo bem nobre, pra ser sincero. Não entendo como pode ser triste, mas você provavelmente tem seus motivos. - Dizia, de uma maneira que, apesar das palavras, exalava simpatia. - No meu caso... eu preciso pagar uma dívida. E como ser um Hunter é uma das maneiras mais rápidas de se conseguir dinheiro nesse mundo, eu decidi tentar o exame. Eu infelizmente me envolvi com o Diabo e agora ele quer compensação. Então, é, não é tão maneiro quanto a sua motivação... eu realmente só estou aqui por que preciso de muito dinheiro. - Revelava, em um anticlimax. - Mas, ei, você passou pelo menos metade de um ano inteiro até tentar o exame de novo, não é? Eu aposto que você passou por muita coisa enquanto aprendia esse tal Nen também, como você mesmo disse. Não pra levantar qualquer bandeira, mas... você acha que falhar no exame de novo vai te impedir de seguir seu sonho?

Pra ser sincera... não sei. Provavelmente não. Ser uma Hunter apenas vai me ajudar a conseguir meu objetivo, não é como se eu só pudesse realizar ele sendo uma. - Parava um pouco e pensava. - Quer dizer, não preciso ser Hunter para visitar o Continente Ne-...vado que fica distante de tudo. - Foi por pouco.

- Então eu vou esperar grandes coisas de você, Estelle Freecs. - Sorria, após lançar uma referência que Estelle simplesmente não podia compreender naquele momento. Enquanto a névoa ficava cada vez menos densa, o destino dos dois lentamente se mostrava no horizonte.


>>OST
- Aquele lugar era estranhamente parecido com a Reserva Florestal de Visca, mas sem dúvidas estavam em um local totalmente diferente de Kukan'Yu agora, a mansão, que era exposta de maneira privilegiada para os dois acima de El Gordo, entregando isso. - E-estelle?! Elliot?! S-são vocês mesmo?! - Em meio a multidão de candidatos igualmente incŕédulos quanto a diferença de magnitude entre El Gordo e seus próprio PeroPero, Shery chamava a atenção da garota de Nor. - ...como a gente não viu algo tão grande? - Dizia um dos loiros no local. O PeroPero se remexia, como se ordenando a Estelle e Elliot que descessem. Os PeroPero restantes acompanhavam em uníssono, tomando uma formação circular ao redor do grande pássaro... e então disparavam de volta para a névoa, cada passo de El Gordo chacoalhando o chão e provocando um pequeno terremoto. -
...eu não vou nem perguntar. Só é bom ver que vocês conseguiram chegar, mesmo que sendo os últimos. Puku. - Havia certo tom de provocação nas palavras da garota. Mal sabia ela o quão perigoso era provocar um usuário de Nen, porém. - Não parece que todos conseguiram, glub. Eu só espero que eles fiquem bem... - A Chimera dizia, com um tom apologético estranho.
Mas então...
Antes que qualquer um deles pudesse dizer qualquer outra coisa...
A porta da mansão, que até então estava fechada, se abriu.
O brilho do cometa que partia do interior da residência parecia cegar os olhos despreparados, alguns deles em outra oportunidade já tendo capturado a imagem daquela radiância.
A bela face que escondia um veneno tão mortal e traiçoeiro finalmente se mostrou.
Não era uma surpresa ver tantos dos homens hipnotizados por sua beleza, cujo tempo distante das batalhas parecia ter preservado ainda mais. Mas o que realmente pesava em seus corações era a dúvida quanto ao possível fato daquela pessoa ser de fato um Hunter.
E, é claro que estamos falando de--

NPC's/Players presentes:

- "Nen, huh? Que exibida", pensava Estelle enquanto observava os papéis aparecendo em seus pés. Não havia usado gyo, não precisava. A examinadora era de conjuração, provavelmente. Ou talvez não, visto o estado de alguns papéis. O que Rift havia dito sobre eles mesmo? Não se lembrava, mas a segunda fase do Exame a havia eliminado na edição anterior, então desta vez estava determinada a pensar antes de agir. Seu rosto demonstrou seriedade, os olhos semicerrados marcavam um pensamento profundo. Pegou o papel, concentrou gyo nos dedos indicador e do meio da mão direita e escreveu: Estelle Bright; Hunter Arqueóloga. Deu alguns passos e se aproximou da examinadora com o papel em mãos.

- Ah, Bonza, faça "aquilo". - Como o resto do grupo de Estelle não era capaz de utilizar Nen, restava aos mesmos improvisar. Mas o Chimera Ant aquático parecia perfeito para isso: apesar da aparência que se assemelhava a um tubarão, deveriam haver alguns genes Octopodiformes em seu genótipo. A Quimera levantava seu dedo, de onde uma certa quantidade de tinta preta saía. Aproveitando isso, Ling, Seif, Shery e Elliot conseguiam preencher seus próprios papéis, utilizando objetos aleatórios como portador da tinta. Outros candidatos haviam vindo preparados o suficiente com algo para escrever, e duas canetas acabaram passadas pelos mesmos. Após alguns minutos, a última pessoa entregava o papel para Aria. Podia ver uma variedade de respostas, de Hunters Arqueólogos, Blacklist, Sea Hunters e até Beauty Hunters.

- Por um lado, tentar resolver sozinha seria bom, mostraria para todos as capacidades da grande Estelle Bright. Por outro, sabia que nunca conseguira resolver um problema desses sem ajuda. Diabos, seu único plano funcional era invadir pela porta da frente e bater nos sequestradores. - Eeeer, alguém precisando de membro extra no trio? - Aproximava-se do grupo que havia formado na primeira fase. - Então... estamos em cinco... como faremos?

- Estelle acenava enquanto a garota continuava a explicar sobre o Exame. Se aproximou, então, de seus novos parceiros de time. - Certo, qual é o plano? Acho que o primeiro passo seria pegar informações sobre a casa, talvez tenha alguma entrada secreta que possamos usar. Ah, e também deveríamos saber um pouco sobre o que podemos fazer como um time. Eu posso, hãr, bater bem forte... e também acertar qualquer um de uma distância considerável. Uns 10 metros, talvez um pouco mais. E vocês?

- Bem, naturalmente eu acho que o mais esperto a se fazer seria obter mais informações sobre a casa. Mas a aplicadora disse que a gente receberia uma planta e poderia falar com os """policiais""" lá dentro, então... - O rapaz ruivo respondia a garota, pensativo. - Apesar que eu sinceramente acho que não seria muito esperto acreditar em absolutamente tudo que o ex-- - Não se preocupem, os pássaros nos dirão tudo. - Era interrompido. O rapaz que até então havia permanecido afastado em silêncio falou, com um pássaro azulado em seu dedo. Sua voz serena e aparentemente sem preocupações se destacava naquela situação, apesar do peso da mesma. A luz do sol parecia ser refletida com ainda mais beleza por sua forma. - Vocês queriam saber mais sobre a casa, não é? Eu posso nos manter informados sobre todos os cômodos enquanto estivermos lá dentro. Não realmente apropriado para uma luta, mas é isso que eu tenho a oferecer. - O pássaro azul deixava seu dedo, voando na direção da residência antes de desaparecer entre as paredes. - Certo, no meu caso... - Tirava um objeto de dentro de seu casaco, era uma espécie de instrumento. Uma Ocarina, para ser exato. - Eu luto usando música. Minhas canções possuem uma variedade de efeitos, incluindo alguns que podem desferir dano considerável. Mas, sinceramente, eu não acho que vai ser muito esperto lutar lá dentro como primeira opção, considerando a situação.

NPC's/Players presentes:

- Música e visão, certo? Huh, isso é bom. - Um lado estrategista começava a aparecer em Estelle. Era simples, mas mostrava que seu cérebro podia funcionar... às vezes. - Certo, eu vou agir como os músculos do time então. Me diz, sua música... ela pode alterar os sentimentos das pessoas? Como fazer elas ficarem mais calmas ou desatentas? - Esperava que seus parceiros entendessem sem que ela precisasse explicar seu plano de mestre.

- Sim... é uma das aplicações mais básicas, na verdade. - Respondia prontamente. - Mas provavelmente lidaremos com Hunters lá dentro, não? Não é impensável que eles tenham algum tipo de proteção contra isso. - Isso é bem verdade, mas fica difícil elaborar qualquer estratégia com tanta incerteza quanto a quem são nossos oponentes. - Dava de ombros. - E nós estamos lutando contra o tempo aqui. Vejam, a examinadora já adentrou a residência. - O que queria dizer que a fase havia oficialmente começado. - Estelle, não é? Você prefere apostar que, mesmo que sejam Hunters, eles irão proporcionar seus poderes diretamente aos nossos?

- Acredito que eles vão tentar manter um nível parecido com o nosso, sim, mas eles não sabem do que somos totalmente capazes. Vamos jogar um jogo simples então, certo? - Surgia um sorriso perverso em seu rosto. - Se chama "esconder seu verdadeiro nível par enganar o oponente", acha que conseguem?

- Não é realmente convincente ouvir você dizendo isso depois de chegar aqui naquele PeroPero gigante, mas é, acho que dá certo. - Com isso, estavam prontos. - Podemos ir, então? O tempo está passando.

- Certo, vamos lá, ao resgate! - Dizia com determinação. - Primeiro passo: a coleta de informações! Time 1, avançar!

- Eu irei fazer o reconhecimento da mansão com os pássaros. Vocês dois conversam com os policiais. - Falava, continuando em seu tom de serenidade. - Hmhm, eles devem estar bem na entrada. Você lidera, Bright.