Hyuuga Danzo 03 - Escolta

Shouhei Mui Diz:
- Ah, cara... é um lugar infernal. Exceto nas lições práticas. Mas por que você tá perguntando?

Ami Natsuku Diz:
- Não é de se admirar que você se distraia tão facilmente, Shouhei. A Academia é um lugar legal, Danzo. Mesmo que nao aprenda algo na prática, poderá aprender na teoria. Meu pai diz que é a melhor fase da vida de um ninja.

Fico feliz que tenham passado por momentos assim. Tudo o que eu aprendi foi com a minha mãe. -- Eles sabiam quem era a mãe de Danzo. Seu olhar era distante, era de se esperar de alguem que não tinha amigos ou algo do tipo, ter sido criado pela mãe apenas. -- Vocês tinham muitos amigos lá? -- Ele então olhou ao longe, e disse em seguida, escondendo sua fragilidade com uma informação sobre ele mesmo -- A idéia dela era me tornar exatamente como ela, mas o kage pediu que eu completasse o grupo de vocês.

Shouhei Mui Diz:
- Amigos? Haha, eu era o cara mais popular de lá. Shouhei dizia com orgulho, estufando o peito. - Todo mundo me amava, eu era um dos melhores. Até venci um campeonato uma vez.

Ami Natsuku Diz:
- Não sei se é certo ter amigos ninjas. Meus pais são ninjas, mas mesmo assim sinto que eles não confiam muito um no outro. Dizem que é porque nossos primeiros ninjas eram assassinos, e essa é nossa especialidade até hoje. A resposta negativa da garota era surpreendente, porém não inesperada.

Ami, você é como seus pais? -- Olhava-a diretamente nos olhos. -- Olhe nos meus olhos enquanto conversarmos, por favor. Prometo ser extremamente sincero com você e responder qualquer pergunta que quiser uma resposta, desde que me responda sinceramente olhando em meus olhos. -- Dizia, encarando-a. Queria entender ela mais do que qualquer um -- Eu sei que se pudesse enfiaria uma kunai em meu pescoço agora mesmo, mas eu quero entender você. -- Seu olhar era firme, como se realmente quisesse entender como a garota era por completo, para poder usá-la em suas estratégias. Confronto direto geralmente deixa as pessoas fragilizadas

Shouhei ria enquanto Danzo terminava de falar. Conhecia, mesmo que pouco, Ami. A garota tinha fama de ser extremamente competente, mas sem originalidade ou personalidade, na Academia. E dizer isso costumava deixar ela muito irritada. Ele sabia que se a garota fosse ordenada pra fazer isso, realmente faria.

Ami Natsuku Diz:
Longe da face neutra costumeira, Ami encarava Danzo com um rosto de dúvida. O garoto conseguiu ver que ela movimento o braço na direção do bolso de kunais, mas parou no meio do caminho. - Eu tenho que ser como meus pais. O método deles deu certo, por isso estão vivos até hoje. Infelizmente nem todos nascem com o kekkei genkai. Após alguns momentos, conseguiu se acalmar. - Eu só te mataria se assim me fosse ordenado.

Você tem de ser? eles te dizem isso? Ou você os tem como espelho, com medo do que pode acontecer com você mesma no futuro? -- Ele mantinha a expressão neutra. Seus olhos correram pela mão da garota quando viu-a fazendo o caminho para pegar a kunai. Respirou fundo e disse, então -- Realmente, a vila da névoa sangrenta não me surpreende mais em nada. -- Ele parecia extremamente entediado e triste. Estendeu a mão para a mesma, e disse -- Agora é sua vez. Pergunte o que quiser  sobre mim. Você disse que quer ser como seus pais, certo? eu estou te dando a chance de ter uma informação que poderá usar contra mim no futuro. Vamos. 

Ami Natsuku Diz:
- Eles não me dizem como agir. Faço porque é o que dá certo. É a melhor forma de me manter viva. Podia sentir que a garota estava sendo sincera em parte. - Por que você se tornou um ninja?

"Se tornou um ninja" Isso não existe, de se tornar um ninja, Ami. É como um rio. Você pergunta para um rio "por que você é um rio"? não, você é apenas o que é. Como o vento que sopra entre o bambuzal e deixa como mera lembrança de onde esteve o síbilo entre a intransponível criação. -- Era exatamente assim que havia sido criado. Sempre teve a mentalidade que tem, desde sempre. Aprendera com sua mãe o básico, e via-se sedento por conhecimento. Era como o vento, querendo conhecer e dominar todos os lugares. -- Assim como vocês, é a primeira vez que irei para o país do fogo. 

Ami Natsuku Diz:
- Não se nasce um ninja, Danzo. É por isso que vamos para a Academia.

Shouhei Mui Diz:
O garoto conseguia ver onde aquilo ia parar e, como um bom membro de seu clã, resolveu interferir. - Ei, ei, ei, chega disso. Deveríamos nos concentrar nas carruagens, não?

Se nasce um ninja sim, Ami, e isso é o pior de tudo. -- Ele dizia se pondo de pé, prosseguindo falando mesmo quando ia na direção das carruagens. Pela primeira vez deixou que sua verdadeira intenção saltasse na frente deles. Respirou fundo e um sorriso se fez em sua face enquanto fechava lentamente os olhos -- Vocês foram pra academia, eu não, Ami, você lembra disso, não é mesmo? -- Manteve a expressão em sua face, que a cada segundo parecia mais doentia. Era possível ver os ossos do braço do mesmo se remexendo como pequenas serpentes. Danzo não conseguia trazer os ossos para fora de seu corpo, e apenas movimentá-los, mas eles não sabiam daquilo. percebeu o que estava fazendo, e deixou que a mesma voltasse a normalidade. Tossiu de leve e disse -- O-oh...será que no país do fogo eles tem tipos diferentes de chá?

Após o acontecido manteve um curto sorriso otimista no rosto por alguns momentos, até que começou a se aproximar da sensei na hora do almoço, e comentou baixinho, escondendo sua preocupação com a expressão amigável -- Nós não iremos passar perto da vila de Konoha, não é mesmo? temo que meu pai tente me sequestrar denovo. -- Ele mantinha o sorriso otimista, por mais que sua voz fosse baixa

Misaki Yuki Diz:
Yuki, como os outros, estava comendo. Apesar de seu "sangue real", parecia acostumada com comidas comuns. - Passaremos pelo sul do País do Fogo, nenhum ninja, exceto os designados de cuidar das fronteiras, vai chegar perto de nós. E duvido que um Hyuuga de nível tão elevado se sujeite a um trabalho destes. A mulher comia mais um pouco. - O que aconteceu entre vocês mais cedo, quando eu sai? Brigaram?

Sua expressão se mantinha calma -- Eu queria entender Ami, e percebi que ela é mais névoa do que qualquer outro aqui. -- Respirou fundo. Havia dado apenas duas colheradas em sua comida, parecia sem fome nenhuma -- Ela realmente pensou três vezes em cravar a kunai no meu pescoço, foi impressionante, você tinha que ver. Tudo o que eu precisei foi ter que olha-la no fundo dos olhos. -- Suspirou, reclinando-se, olhando para o céu. Deu cerca de dois minutos de silêncio e comentou, baixinho, com a sensei, agora com seriedade -- Você acha mesmo? as vezes eu sinto saudade do meu pai. Ele parece ser um cara legal. -- Ele então olhou pro chão, por um momento, e então começou a bater as getas levemente contra o chão, como se desenhasse com a madeira no chão

Misaki Yuki Diz:
- Se quer encontra-lo, torne-se antes um chunnin. Poderá ter um visto de passe livre para todas as vilas, desde que não arrume nenhuma encrenca. A mulher, então, colocou o prato em que comia no chão, e, sentada e sem sequer fazer sinais, criou alguns pequenos bonecos de gelo. Pelas formas, Danzo conseguia ver que eram uma mulher, um homem e uma criança. - Pais às vezes podem nos decepcionar, Danzo. Se quiser realmente encontra-lo, primeiro pare de idealizar. Com um movimento, o boneco homem sumiu, sendo seguido pela mulher e, enfim, pela criança.

Eu não os idealizo -- Suspirou, pesadamente. Parecia birrento por um momento -- Você não entenderia, Misaki. Você tem essas coisas divertidas de gelo e tudo mais. -- Ele dizia virando a cara, e deixando o prato no chão. Não sentia fome também -- Você sabe o motivo de eu não ter ido pra academia shinobi. -- E provavelmente havia sido passado para Yuki. O garoto por ter o byakugan em cor diferente, seria tratado como uma aberração, sem falar que era instável emocionalmente, não se sabia o que poderia acontecer. A vila da névoa numa tentativa de amadurecê-lo fez com que ele fosse separado da mãe, fazendo com que a espadachim da névoa fosse mandada para missões e mais missões, deixando o garoto sozinho.

Olhou para o que havia dito por alguns momento e se pos em pé, dizendo -- Desculpe por ter dito isso, Misaki Yuki. -- E então fez uma saudação, abaixando totalmente a cabeça e as costas, indo logo em seguida na direção das árvores, ficar pensativo.

Misaki Yuki Diz:
- Não precisa se desculpar. Agora, coma.

Como havia acontecido na manhã, mal terminaram de comer e novamente saíram em marcha. Agora, no entanto, o caminho era o porto, onde deveriam, como havia sido explicado, ficar até o fim da tarde, até que os barcos fossem totalmente preparados.


Shouhei Mui Diz:
- Ei, Danzo. Cuidado ao falar daquele jeito com a Ami. Shouhei disse enquanto se aproximava do garoto, baixo o bastante para que Ami não ouvisse. - Ela é assim desde cedo. Dizem que é complexada por não ter um kekkei genkai.

Ela é que não deve olhar para as pessoas daquela forma rude, Mui. Eu entendo o que quer dizer, e também entendo o ponto dela, mas eu entendo mais do que isso que "ter um kekkei genkai" soa mais como uma maldição do que como um presente do Rikudou Sennin. -- Ele disse, de forma séria, porém em tom baixo, com a postura ereta. Comeu pouco, estava sem fome nenhuma. O rapaz não conseguia sentir fome em situações como essa. continuava a andar, preocupado com os arredores, ainda pensando no ninja que havia visto há pouco tempo

Em pouco tempo o porto já podia ser visto. Havia uma pequena cidade portuária também, com alguns prédios e muito comércio. Era cercada apenas por um pequeno muro, mas tinha um imenso farol. Podiam ver muitos barcos e canoas, de todos os tamanhos e formas.

Misaki Yuki Diz:
- Iremos cuidar da documentação. Podem explorar a vila ou fazer qualquer outra coisa no meio. Apenas voltem em menos de duas horas. Yuki dizia enquanto se afastava dos garotos e ia, junto com os mercadores, até um grande prédio.

Assim que se aproximaram da tal pequena vila, pareceu um pouco mais animado. Não tinha dinheiro, porém tinha tempo livre. Não queria atrapalhar os membros de seu grupo, e nem tinha intimidade para chamá-los para fazer algo, por isso decidiu apenas caminhar pela vila, procurar algum tipo de templo antigo ou coisas assim, que gostava de ver.

Caminhou silenciosamente até o templo, entrando dentro dele. A maioria das pessoas parava na entrada, mas Danzo gostava da energia presente no local. Raramente ia para rezar ou qualquer coisa do tipo, costumava ir apenas para acender um incenso e observar as pessoas naquele lugar

Dentro do templo, Danzo conseguia ver algumas velas e muitos presentes deixados pra trás. Enquanto acendia um dos incensos, um homem se aproximou.

????? Diz:
- Sabe mesmo rezar ou apenas está enganando, garoto? O homem parecia ter um sorriso natural, o que entrava em contraste com seu rosto severo. - Seria bom você rezar para não ser atingido pela tempestade.

De costas o garoto era totalmente normal, até que virou-se para o rapaz. Os olhos eram vermelhos, por mais que semelhantes ao Byakugan. A pele era tão pálida que se podia ver as veias atravessando o corpo do mesmo, e seus cabelos brancos como os de Kaguya. Seus dentes eram levemente pontudos. Virou-se para o homem e disse -- Um pouco dos dois, senhor. -- Disse num tom tranquilo, ainda sentado alí -- Tempestade? mas o céu está tão...límpido, não? -- Suspirou

O homem não parecia se importar com a aparência de Danzo. Quando o garoto se virou, viu que ele parecia um marinheiro, ou ao menos se vestia como um.

????? Diz:
- "A calmaria antes da tempestade", é como eles chamam. O homem começava a acender seu próprio incenso. - Tenho uma certa... afinidade com água e vento, é fácil pra mim saber quando vai ter uma tempestade. Infelizmente alguns preferem não me ouvir, uma lástima. Fez um pouco de silencio. - Vai com a grande caravana que chegou há pouco, é?