Nor Port Town Arc - 03

-- Estelle suspirava. -- Bem, por sorte os dois baús vermelhos estão próximos. Acho que o melhor a fazermos é distrai-los enquanto uma de nós abre os baús. Eu posso distrair, algo me diz que sou uma isca melhor. Eu entro, corro para à esquerda e então você vai para os baús, certo? -- Acenava com a cabeça concordando com o próprio plano. -- Não se preocupe comigo, eu dou um jeito de sobreviver. Eu sempre dou.

- Relutantemente concordava, suando frio. - Okay... mas se algo acontecer... você sabe. Corra. - Falava. Aguardava apenas o sinal de Bright.

-- Eu sou boa o bastante em correr. -- Acenava e logo ia fazer sua parte no plano. Aparecia para o primeiro dos cultistas e e logo gritou: -- Vocês querem me pegar? Vem cá! -- Em seguida correndo para o outro lado na tentativa de atrair todos os três, como se estivesse brincando de pega-pega.

»Tema

- Era um local estreito, porém mal iluminado, o que equilibrava as chances daquilo dar certo. O cultista se virava quase que imediatamente para Estelle, alertando os outros e logo partindo para a garota. Com seu foco em Bright, Kuchi só teria que obter os itens e então teriam sucesso, mas... o que fariam com os três inimigos ali? Agora que estavam com seus olhos sobre uma delas, teriam que, no mínimo, imobilizá-los para conseguir fugir.

E, como esperado, não conseguiria fazer isso sem resistência. Os três avançavam, um ficando para trás e colocando sua mão sobre o chão. O piso do navio se revoltava com a ação, se contorcendo e retornando para o que parecia ser seu estado natural. Era uma visão que, apesar das coisas que Estelle havia visto desde o início de sua jornada, desafiava tudo que era belo e moral naquele mundo. Como se criasse vida, "galhos" se moviam em direção ao corpo de Bright, enquanto os outros dois cultistas brandavam seus tacos para acertá-la.

Mas um pensamento passou no fundo de sua mente. Onde estava Kuchi? Não conseguia ver a garota depois dos poucos segundos que se passaram até chegarem naquele ponto. Havia tudo dado certo? Estava ela em direção aos baús? Era realmente hora de se preocupar com isso?

►Estelle:

►Cultistas (3x):

-- Estelle não queria lutar. Não agora. O melhor a fazer era evitar. Concentrou sua Aura nos pés, como sempre faz, e com um impulso tentou tomar distância com um grande salto para à direita, em busca de tanto distrair seus inimigos e desviar de seus possíveis ataques quanto de avistar Kuchi.

- Estelle conseguia desviar com uma maestria invejável, chegando no outro lado da sala sem ser acertada, em nenhum momento, por qualquer um dos inimigos. - Aqui! Achei! - Ouviu a voz de Kuchi vindo do interior da sala, já com dois objetos em suas mãos. Parecia que a garota era simplesmente furtiva demais para ela. Porém... agora os três cultistas estavam impedindo o acesso à escada, prontos para a próxima investida, enquanto Kuchi se aproximava. Se a garota se aproximasse demais, provavelmente seria acertada pela luta: Bright sentia que ela não era uma lutadora. E além disso, a única saída do local agora estava bloqueada por três inimigos cujo poder total era desconhecido.

►Estelle:

►Cultistas (3x):

-- Ei, Kuchi, não dá mais pra evitar o combate! -- Dizia rapidamente. Fugir era possível, mas não estavam em um lugar muito grande. -- Vou tentar terminar isso o mais rápido possível. Se você tem qualquer habilidade nen que possa ser útil, agora é a hora de usar! -- Enquanto terminava de dizer, Estelle novamente impulsionava sua Aura para saltar. Desta vez, no entanto, o alvo era um de seus inimigos, o que estava mais próximo. Com sorte o impacto de seu chute faria com que ele fosse jogado para trás e atingisse o que estava logo às suas costas. Era sua técnica Flying Scissor famosa por... bem, não era famosa, mas Estelle gostava do impacto que ela causava.

- Aquele havia sido o primeiro golpe de Estelle na noite, e que sucesso a garota havia obtido! Conseguia acertar o cultista antes que o mesmo conseguisse ao menos reagir, com uma força tão grande que o chão do navio quebrava e o impacto era ouvido por vários metros além dali. Seu corpo voava e atingia o que estava bem atrás dele, como sua estratégia previa, se chocando contra os baús em uma violência extraordinária. - Lutar?! Eu não posso lutar! Eu sou uma médica e... - Finalmente entendeu o que havia acontecido momentos antes, tal havia sido a velocidade de tudo. - ...e talvez eles precisem de um médico bem mais que a gente quando isso acabar. Phew. - Falou. A garota olhou para o cultista restante, que tremia. - Uga buga. - E então o mesmo correu, e não voltou a trabalhar para aquele culto até o fim de sua vida. Havia sido uma troca breve, mas tinham alcançado sucesso. - Conseguimos. Agora o quê? - Mostrou para Estelle os itens que havia obtido. Uma caixa que guardava um produto negro chamado "COMUNITRON 4001 - AGORA COM MÚSICAS DE ESPERA DO LOUIS FHONCI". Era um comunicador, como aqueles presentes em filmes de ação antigos que Estelle havia assistido algumas vezes antes.

-- Agora entregamos um dos comunicadores pra alguém de confiança! E que não esteja muito longe, o relógio é nosso inimigo aqui. Quem sugere? -- Perguntava com pressa, já fazendo sinal para darem os primeiros passos.

- ... eu tenho uma ideia. Nós vamos entregar ele para o Sr. Ettlande. Vamos. - E puxou Estelle pelo braço, apressada, antes passando pelos aposentos do capitão e colocando a parte mais importante do comunicador -- a caixa preta -- dentro de um baú. Tomou o segundo comunicador consigo, e então falou. - O Senhor Rhode saberá que deverá procurar aqui. Eu prometo. - Mesmo com sua promessa, não havia uma abundância de certeza em suas palavras, mas não parecia que Kuchi estava disposta a entregar aquele item a ninguém além do homem de cabelos grisalhos, e encontrá-lo era uma incerteza. Parecia irônico guardar o item numa caixa após todo o problemas para encontrá-lo, mas poderia Bright realmente questionar aquilo no momento? Concordou com a cabeça, e então deu a liderança para Estelle novamente. - Bem... acho que podemos ir agora. Lidere o caminho, Estelle.

-- Apesar de tudo, Estelle confiava em Kuchi, estava disposta a arriscar, se era a única coisa que podia fazer. -- Agora vem a parte realmente difícil. O Quente-Frio nos espera, vamos. Tenta informar o máximo que conseguir com o comunicador quando chegarmos, mas de maneira furtiva. -- Olhou para a garota nos olhos e liderou o caminho de volta.

- Apressaram o passo quando perceberam que o tempo já se esvaia, mas chegavam no local com certa folga. - Pelo sopro do Encapuzado, que demora! Eu já achava que você não ia voltar. Essa é sua médica? Ótimo! Podemos ir, então?! - Perguntou, com sua bipolaridade sempre a mostra. Estelle podia sentir Kuchi engolindo seco. - Estelle... eu vou perguntar mais uma vez. Tem certeza disso?

NPC's/Players presentes:

-- Certeza? Não sei. Mas é nossa melhor chance. -- Respondia baixinho para a garota. -- Vamos. -- Dizia.

- Sem mais nenhuma palavra, prosseguiram, seguindo a criatura que se alternava entre o frio e o quente. Chegavam ao deque em pouco tempo, com os sons da batalha ficando cada vez mais alto. Finalmente chegavam, abrindo a porta e se deparando com uma cena verdadeiramente desagradável. Corpos caídos no chão -- de piratas e de cultistas, misturados -- enquanto a chuva atormentava os que ainda permaneciam vivos e resistentes. Haviam pelo menos três barcos cercando o barco do Capitão Brood, todos com uma quantidade considerável de cultistas encapuzados chegando a cada momento. Rhode e Brood podiam ser vistos no meio do deque, cada um enfrentando três, quatro cultistas ao mesmo tempo, enquanto duas formas diferentes observavam no que pareciam ser nuvens (sólidas?) pairando sobre o campo de batalha, pouco perturbadas. Kakkori levantou sua mão flamejante, de onde um estrondo acompanhado de um clarão veio, interrompendo a batalha e chamando a atenção de todos. - Eu ouvi um barulho, Horse. Aconteceu alguma coisa? - O Kakkori conseguiu, Bull, acho que você ganhou. - Eu te disse. - Brood e Rhode olharam para Estelle e Kuchi, sem entender o que acontecia. Se estavam acompanhando o brasinha, queria dizer que as circunstâncias eram especiais. - O que diabos vocês estão fazendo?! - O capitão brandou, irritado. - Desculpe, Sr. Ettlande, Sr. Brood. Acho que temos que continuar a discussão que tivemos nos aposentos do capitão depois. - Falou, com um sorriso apologético. - Elas estão vindo com a gente. Como se não fosse óbvio o suficiente! - Rhode tomou um passo, mas foi impedindo por Brood e pela repentina mudança de expressão de Kakkori. - Como vocês farão isso? Isso é... imprudente...! - Parecia falar especificamente com Estelle. - Eu não sei o que ele disse, mas é mentira! Se você for-- - Uma parte da nuvem se desprendeu e se atirou contra a boca de Ettlande, impedindo que o mesmo terminasse. Horse falou. - Silêncio, tio. Eu tenho certeza que o avô da garota já morreu, e se ela não cooperar, o pai será o próximo. Deixe que ela decida por si mesmo.

NPC's/Players presentes:

-- Não precisa se preocupar. Eu sei o que faço. Como a Kuchi disse, nossa conversa nos aposentos do capitão ajudou muito. Espero que possamos continuar o assunto o mais breve possível. -- Tentava deixar ainda mais óbvio. -- Mas, por agora... é melhor ir, né? -- Sua pergunta era retórica.

- Concordo. Ok, pessoal, hora de voltar. - Falou, e todos os cultistas obedeceram, abrindo mão de suas armas e retornando para seus próprios barcos. Kakkori guiou Kuchi e Estelle para um deles, em passos rápidos. A última coisa que a garota viu foi a imagem de vários corpos sobre o deque do navio aliado, e a imagem de Ettlande e Brood observando o barco em que se encontravam se afastar.


Desembarcavam na ilha após meia hora, aproximadamente, sendo entregue a elas capas de chuva para lidarem com o trajeto até a mansão, no oeste. Passavam por algumas florestas e colinas, além de uma ponte que conectava duas partes distintas da Ilha. Estelle não havia parado para pensar ainda, mas se os inimigos estavam ali, só queria dizer que o Barão que havia ido até sua casa algumas horas antes também tinha envolvimento naquilo tudo. Não importava como, parecia que a garota estava cercada de pessoas que só queriam apunhalá-la.




Passavam pelo jardim quando a tempestade se acalmou antes de piorar, com um relâmpago. Em seu centro, a estátua de um ídolo a muito esquecido pairava, sua forma acinzentada sendo atormentada pela chuva que caía. Não sabia por que aquilo, de todas as coisas, havia chamado sua atenção, considerando a situação, mas havia. Sua "comitiva" era composta por Kakkori -- os outros dois anteriores não podendo ser vistos -- e uma quantidade considerável de cultistas, "caso tentassem alguma coisa", o metade-gelo havia dito. Andando por um caminho no jardim que parecia durar uma eternidade, finalmente chegavam nas portas da mansão, que eram abertas quase que de imediato.




E então, uma pessoa familiar lhes recebia. - Bem vinda, Senhorita Bright. É ótimo vê-la aqui nesta noite. - Se curvou. - E eu, mordomo? Você não está feliz em me ver? - O mordomo arrumou os óculos. - Mil perdões, minha dama, mas eu não esperava ter outros visitantes esta noite. Seu nome, por favor? - Você pode me chamar de Soho Tário. É um nome de Kakin. - Um nome inusitado para uma Japponesa, mas assim será feito, Srta. Tário. - O tiro de Kuchi saía pela culatra. - Vocês gostariam de um banho? Um jantar, talvez? Meu mestre não pode recebê-las no momento, e vossa anfitriã está especialmente paciente hoje. Não acho que se preparar para ocasião colocaria muito mau-humor nela.

NPC's/Players presentes:

-- Estelle ficava espantadada pela recepção. Esperava ser levada para um corredor escuro até uma sala repleta de armas, mas encontrava o oposto. -- Bem, eu acho que ambas gostaríamos de algo para comer. Uma refeição simples, só para compensar a viagem. -- Seu objetivo verdadeiro não era esse. Tentava analisar cada detalhe da mansão, buscava por qualquer coisa que pudesse ser útil.

- Talvez a característica mais impressionante daquela mansão era que, no fim, era só uma mansão comum. Um tanto quanto mais bem equipada que a Mansão Roscoe, visitada meses antes por Estelle, mas nada que parecesse fora do lugar. Mas talvez isso não fosse tão impressionante quanto fosse desconcertante. - Hmm... isso é surpreendente. Me acompanhe até a sala de jantar, por favor. - Pediu, deixando Kakkori mais relaxado e dispersando os cultistas. O homem não parecia ser um usuário de Nen, então, teriam aquelas pessoas tanta certeza assim que Estelle não tentaria nada enquanto ali...? Kuchi puxou sua manga. - Você ficou louca?! Você vai comer o que essas pessoas prepararam?! E enquanto o Porto de Nor queima, acima de tudo?!

-- Estelle estava fria, fria como nunca havia estado antes. -- Observe os arredores. Mande mensagens. O importante é conhecermos o lugar. -- Dizia baixinho para a garota. Não sentia fome e iria comer pouco e rápido, mas a mansão estava normal demais. -- Não acha que esse lugar está muito... normal?

- É claro! Mas é exatamente isso que me deixa preocupada... - Falava. Tomou, escondida, o comunicador, e tentou se conectar com o barco. - Vamos torcer para que isso funcione... - Disse.


A coisa que mais chamou a atenção de Estelle foi a presença de uma garota de cabelos rosas na mesa, na metade de um prato muito elaborado. E mesmo assim, a surpresa só poderia ter durado um instante. Era aquilo uma novidade para alguém que acompanhou o desenrolar de tudo aquilo até então? - Aguardem aqui, por favor. Em poucos minutos mandaremos algo para as senhoritas. - E deixou as três garotas na sala, sozinhas. A garota de cabelos rosas terminou de mastigar, e então as cumprimentou. - Boa noite. -

NPC's/Players presentes: