Nor Port Town Arc - 01

-- M-mas... o que diabos aconteceu aqui? -- Estelle dizia, ainda incrédula. Foram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, seu cérebro ainda estava tentando se ajustar. A coisa que a criatura havia vomitado, no entanto, era o que mais lhe chamava a atenção. Tentou se aproximar.

- Precisava engolir seco para ao menos tocar o objeto, que apresentava uma leve viscosidade que provavelmente provinha do estômago da criatura. Assim que tocava a mesma, percebia que se tratava de um livro... na verdade, uma espécie de caderno. Sua capa estava levemente desgastada, o que dificultava um pouco a leitura do seu conteúdo. Com muita luta, Estelle era capaz de entender a frase "DIÁRIO DE DON FREECS - VOLUME 2", as únicas palavras na capa marrom do pequeno objeto.

-- Don Freecs? Eu já ouvi esse nome antes... ou algo bem parecido. Onde foi, onde foi? -- Tentava fazer esforço, mas nada em específico lhe vinha a mente. Sabia que era um nome familiar, no entanto. -- Freecs, Freecs... bem, eu não vou lembrar, então é melhor ver o que tem escrito! De forma resumida, de preferência. Será que eu posso ler só o final? -- Perguntava para si mesma mais alto do que deveria.

- Era pega de surpresa ao tentar abrir o caderno. Suas páginas se recusavam a se separar, e quanto mais força Estelle tentava aplicar, mais "coladas" as mesmas pareciam se tornar. Tentou por um bom tempo até que seu fôlego acabou. Deveria ter algo mais que deveria fazer, apesar de toda aquela situação ser surreal demais até então.

-- Às vezes parece que o universo quer eu deixe de ser intelectual. -- Disse Estelle. Mas tinha uma ideia. Talvez não fosse necessário força, e sim pensar fora da caixa. Tentou aplicar um pouco de sua aura na capa do livro, talvez fosse algum tipo de quebra-cabeça.

-- Certo, isso estranho. Muito estranho. Uma voz do além que surgiu aparentemente de um livro? Era o limite de loucuras por um dia na vida de Estelle. -- E, hãr, quem me ordena a fazer isto... oh, voz do além? -- Dizia enquanto revirava os olhos tentando ao máximo lidar com a situação.

- Não havia resposta. Não parecia que a voz tinha realmente uma "consciência", e sim só estava "programada" para falar aquelas coisas, de alguma maneira. A criatura na visão de Estelle acompanhava sua visão, como se locomovesse para sempre estar sob a vista da garota... ou alguma outra coisa. Era tudo muito incompreensível para ela... mas tudo podia piorar. Um trovão ecoou, enchendo o local com uma luz cegante e de alguma forma extinguido a coloração de fim de tarde que antes permeava sobre o mesmo. Estava escuro, e parecia que as nuvens negras haviam coberto o céu em apenas alguns segundos. Uma janela se abriu, deixando parte da chuva entrar no escritório enquanto batia contra si mesmo em um intervalo bem definido. E então... de trás da garota... a maçaneta foi forçada. Uma tentativa, e a porta não se abriu. Duas tentativas, e a porta para o local finalmente cedeu, dando lugar a um ser... encapuzado... que carregava consigo uma lanterna a óleo que mesmo assim era incapaz de realmente mostrar seu rosto. Exceto que a garota estava de costas, então ela só imaginou tudo isso. Porém, o fato de que alguém havia entrado ali era bem real. - Quem... está aí? - O ser humano encapuzado, cuja forma estava encharcada, falou.

-- Mais um encapuzado. Seria o destino de Estelle cruzar com eles? -- Eu é quem
deveria perguntar isso, não?! -- Dizia inconformada. -- Mas sou eu. Bright. Estelle Bright.

- Ah... - A voz recuou, fechando a porta. Permaneceu em silêncio por mais uns momentos, e finalmente abaixou seu capuz, mostrando uma garota de claros cabelos rosas abaixo do mesmo. - A Estelle Bright? Ai meu Deus... eu não fazia ideia! - De maneira nervosa, colocou a lâmpada em uma mesa e ligou uma maior que estava presente no local. Estelle podia finalmente ver que era uma garota em seus 15 anos. - Eu sou a Anna! Você já ouviu falar de mim, né?! Eu era a assistente do seu avô! - Se introduzia de maneira energética. - Meudeusdocéu, eu não esperava conhecer você tão cedo! O Professor Thomas falou tanto de você! E pensar que você tem a mesma idade que eu, e já é Hunter!

NPC's/Players presentes:

-- Certo, poderia começar deixando a parte do Hunter de lado. Não iria querer quebrar a imagem que a garota já tinha construído. -- Ah, então você é a Anna? É um prazer te conhecer! Acho que já deve saber o que eu estou fazendo aqui, certo?

- Não, não sei não! - Respondia de maneira energética. - Honestamente eu só vim aqui por que ouvi uns barulhos bem altos vindos daqui... não fazia ideia que me depararia com você. - Falava, retirando o capuz encharcado. A criatura permanecia na visão de Estelle, imóvel, sem parecer se incomodar com as ações da garota de cabelos rosas. A mesma batia a mão nas próprias roupas a modo de tirar a pouca água que havia adentrado seu capuz, e logo percebia algo no chão. - Hmmm? 'Diário de Don Freecs'...?  - Folheava o mesmo rapidamente, relativamente desinteressada, e então seguia para colocá-lo em uma prateleira sem muita ceremônia. - Ah, eu sei que você é uma garota bem curiosa, mas isso não quer dizer que você pode bagunçar tudo desse jeito! - Se referia à bagunça que a primeira criatura havia feito. Se sentava em uma das cadeiras. - Eu venho limpar esse lugar de vez em quando, então não faça as coisas ainda mais difíceis pra mim!

-- Se eu te contasse o que aconteceu aqui, você não acreditaria... inclusive, onde está aquele bichinho preto e branco que estava aqui agora mesmo? Ele fica sempre aqui? Diga que eu quero ele fora do meu país ainda hoje. -- Dizia com os olhos sérios mas com um sorriso no rosto. -- Eu realmente quero... quero aprender sobre tudo isso, sabe? Acho que você já deve ter lido uma boa parte dos livros daqui, né?

- ??? - Estava sem realmente entender as palavras de Bright, a criatura continuando na visão da garota. Parecia cansar de ficar em pé e se "deitava". Aparentemente, apenas Estelle conseguia vê-lo. - Você bateu a cabeça? - Perguntava de maneira legítima. Realmente, Estelle não conseguiria explicar o que diabos havia -- ou melhor, ESTAVA acontecendo ali. - Bem, eu mais ajudava o Professor Bright com a pesquisa dele, então eu não tinha realmente tempo para ler qualquer coisa além do foco. - Entregava um papel para Estelle, em que um rabiscos entitulados "RUÍNAS QUE PRECEDEM AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES DE MOEBIUS" estavam. Era realmente demais para a garota entender naquele ponto. - Eu imagino que você tenha muitas histórias bem mais interessantes, sendo uma Hunter e tudo mais! Você já encontrou terras distantes? Ruínas antigas? Prendeu bandidos procurados mundialmente?!

-- Certo, era hora de Estelle ser a garota inteligente que o mundo acreditava que ela fosse. Com certeza a criatura tinha alguma ligação com o livro, então provavelmente só era vista por quem tem domínio de nen, não adiantaria muito falar com alguém leigo no assunto. -- Ei, sobre isso de Hunter... hehe... -- Era hora de usar seu charme. -- Eu vim aqui, também, justamente, hehe... sabe, eu quero ser uma Hunter Arqueogeológica, então, hehe, preciso estudar antes de fazer essas coisas...

- Ah. - Parte do brilho em seus olhos morria. Parecia entender um pouco mais do que Estelle pretendia soltar. - Você não pretende estudar TUDO isso, né...? Demoraria anos pra ler tudo isso, quem dirá entender. - Dizia. - Eu aposto que deve ter uma maneira mais fácil, com sua licença e tudo mais...

-- O que eu quero estudar é algo... bem, digamos, que não pode ser encontrado em qualquer lugar, sabe? Esse livro aqui...O Diário de Don Freecs, você sabe sobre o que ele é? -- Perguntava curiosa. Não queria dizer o que realmente estava procurando, não iria novamente quebrar sua promessa com Kouha.

bob mauley

O membro 'Haurock' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D10' : 10

- Seu indicador, que até então permanecia tocando a mesa em intervalos esporádicos e levantando um som audível... parou assim que ouviu a pergunta de Estelle. A garota riu. - Não... eu nunca ouvi falar nesse nome. - De repente, a janela bateu com mais força, o que prontamente fez com que Anna a fechasse. - Parece que eu vou ter um trabalho e tanto pra limpar esse lugar depois... - Falou, com um tom de decepção. A criatura que só podia ser vista por Estelle se moveu em sua visão, mas ainda não agia de maneira expressiva, continuando em um "cochilo". - Bem, já que não era nada demais, eu acho que é hora de voltar pra casa. - Olhava seu relógio. - Parece que a tempestade vai atingir o porto em breve... então temos que nos preparar. - Colocava novamente seu capuz. - Você vai continuar aí, Estelle? - Havia certa "pressa" em suas palavras, como se tivesse algo urgente para fazer em sua casa.

-- Vou continuar mais um pouco. Mas vamos nos encontrar depois, quero saber como foi... como foi esses últimos tempos com ele, sabe? -- O rosto de Estelle exprimia uma certa tristeza e decepção. -- Mas antes... você já ouviu falar sobre um continente secreto? Sabe, em todos esses livros, algum deles menciona isso?

- Por algum tempo, houve silêncio. A luz cegante de um relâmpago distante iluminou o interior do local por alguns instantes, seu som vindo logo depois, mas não impedindo Estelle de ouvir a resposta da garota. - Não, eu não sei nada sobre isso. - Sorriu.

- Estelle estranhou a resposta, mas não tinha motivos para desconfiar que a garota realmente soubesse algo. Só queria encontrar algum atalho, afinal de contas. -- É, já esperava isso. Bem, eu vou continuar aqui e procurar algumas... coisas nos livros. Quando você estiver com mais tempo, vamos nos encontrar e conversar... conversar sobre ele... sobre esse lugar... se você quiser. -- Respondia o sorriso da garota com outro sorriso.

- Hmhm! Eu irei aguardar ansiosamente por isso! - Respondia de maneira radiante, contrastando com anteriormente, e se despedia da garota. Sozinha novamente com os livros, a bagunça, a chuva, a criatura em sua visão e seus próprios pensamentos, sua busca pelos livros resumia. Necessitava de uma lâmpada para ver seu caminho em meio aos livros, conseguindo atingir até mesmo os mais profundos em cada prateleira depois de um bom tempo. Era ali que encontrava algo que chamava sua atenção: um caderno extenso do que pareciam ser anotações diversas, assinadas por um único nome em sua capa: "Thomas Bright", ou seja, seu avô. Sua aparência se assemelhava ao diário que havia encontrado anteriormente, com as página secas e amareladas, provavelmente depois de muito uso. -

-- Bem, tenho que começar por algum deles, né? Acho que primeiro... primeiro pelo caderno. -- Dizia enquanto se aproximava do caderno de anotações de seu avô. A caminhada foi longa, a ansiedade era grande. Entre uma respiração e outra, pareciam se passar anos e anos. Mas chegou lá. Tocou na capa do caderno e fechou os olhos. Não sabia porquê, mas o fez. E então abriu o caderno...