Whale Island Arc - Capítulo Especial / O Paladar Divino

- Você não precisa ficar tão abalada assim, sempre tem uma próxima vez. Mas a casa ainda é minha. - Por trás da máscara se formava um sorriso malicioso. - Bem, pessoal, agora a La Familia tem uma base também. Como se sentem vocês, seus sem-teto? Hmmm? - Provocava os outros três, totalmente ignorando a garota, Fox era a primeira a responder. - Acho que é isso por hoje, né? Obrigado por nos fazer perder tempo, Emperor. - El Sombra apenas levantava uma bandeira contendo "Adeus" enquanto os membros menores começavam a deixar o local junto de seus líderes. - Ei. - Sobrando apenas Despair Cat e agora Caesar que aparecia repentinamente, Estelle permanecia no chão. - Eu ouvi sobre sua luta. Você tá bem? - Tentava colocar a mão sobre o ombro da garota.

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- Não... droga, se não fosse essa maldita regra das máscaras... - Enfim se levantava, olhando por alguns segundos para Caesar e Despair Cat. - E agora... onde vamos conseguir o Tomacco? - Seu rosto mostrava uma total confusão e até mesmo uma certa inocência infantil.

- Essa é... uma boa pergunta. - Sienna, que aparecia repentinamente, respondia enquanto segurava uma máscara em suas mãos. - Vocês sempre podem tentar amanhã de novo. Pra quando precisam disso? - Amanhã. - Ah.

- Caesar... isso é tudo culpa sua! - A garota agora já estava quase recuperada do choque da derrota. - Agora VOCÊ vai ter que nos conseguir esses Tomaccos! - Dizia com um tom acusador. - O que mais precisamos além deles mesmo?

- Eu? Eu não tenho nada a ver com isso. - Colocava as mãos atrás da nuca com um tom descontraído enquanto assobiava. - A máscara é a face que você deseja mostrar para os outros reis... você deveria tipo, associar, Estelle. - Não se sentia nem um pouco culpado, e falava com a maior naturalidade do mundo. - E a gente ainda precisa do peixe, da Orzoga, do queijo, da carne e da Erva Gylathe... sem falar no Tomacco né.

- Caesar, seu... quer saber, tanto faz! Eu mesma vou conseguir, assim a Refia vai ME agradecer com um beijo. - Novamente jogava baixo. - Vamos, Despair Cat, temos que conseguir tudo isso até o fim do dia! Qual o próximo passo?

- As palavras de Estelle pareciam ter certo efeito sobre o garoto, que cruzava os braços e virava o rosto. - T-tanto faz, eu não estou nem aí! - Havia um resquício vermelho em suas bochechas. Sienna logo respondia. - Bem, a gente 'tava tão focada no Tomacco que esqueceu o que o chef falou. O peixe Gluebber e o Orzoga não eram os mais difíceis? Acha que a gente deveria ir atrás deles agora?

- Pode ir, Caesar, e lembre quando estiver morrendo de velhice que você perdeu a única oportunidade de beijar uma garota porque não quis conseguir alguns Tomaccos. - Virava-se e focava apenas em Sienna. - Está decidido então! Estelle e Sienna vão à pesca!

- É isso aí! A gente só precisa de duas varas-de-pescar agora! - Jogava a garota de volta a realidade. - ...que eu não tenho! Você tem, Estelle? - Afinal, mergulhar nas águas ao norte da Ilha da Baleia no inverno seria suicídio. - Bem, se não precisam de mim, eu vou voltar pra vila. Preciso ajudar na loja de itens de pesca da minha família. - O rapaz dizia, sem contato visual com qualquer uma das duas, enquanto deixava o local.

- CAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAESAAAAAAAAAAAAAAAAAR! - Gritava Estelle em uma voz tão alta que qualquer um na Ilha conseguiu ouvir. - Você vai nos ensinar a pescar! A-GO-RA! - Soa voz soava como um comando.

- ...você não tem orgulho, Estelle? - O rapaz dizia, sem se virar. - Você não parecia precisar da minha ajuda a tipo, 15 segundos atrás. - Parecia que até as mais simplórias mentes pareciam ser capazes de guardar certo rancor. - Por que você está sendo tão duro, Caesar...? - E você ainda pergunta? Eu só queria ajudar vocês duas e do nada a Senhorita Justiça Social aí começou a descontar tudo em mim. Já basta a Refia... meus pés doem. Eu vou pra casa. - Sua face estava levemente debilitada, apesar de não poder ser vista. - Estelle! Você não pode pedir com jeitinho?!

- J-j-jeitinho? - Estelle parava para pensar. - É... acho que talvez eu consiga. - Corria e ultrapassava Caesar, pondo-se em sua frente com os braços estendidos como que para impedir que ele continuasse seu caminho. - E-e-ei, Caesar... d-d-desculpa... é que, sabe, eu confio tanto em você que não soube como lidar com a derrota... Você não abandonaria uma dama em perigo, abandonaria? Quer dizer, o Rift abandonaria, mas você, Caesar, você é melhor que ele, não é? - Seus olhos imitavam os de um filho de cachorro pedindo por comida.

- O rapaz relutava no início, como se se fizesse de difícil, mas rapidamente cedia com as últimas palavras de Bright. - Heh... hehe, melhor que o Rift, hein? Eu não sabia que você confiava tanto assim em mim. - Evitava contato visual, com a mão atrás da cabeça enquanto encarava o chão com as bochechas coradas e um sorriso envergonhado. - Nesse caso eu acho que não posso desapontar vocês! Certo, vocês precisam de um Gluebber, não é? Me encontrem no norte da ilha, na praia. Deve haver um velho píer por lá. Eu vou até a vila conseguir tudo que a gente precisa. - E com essas palavras, partia até a Vila da Baleia sem demora. - Ei, você realmente confia no Caesar desse jeito? Mais que do que no Rift?

- Esperava que Caesar se distanciasse para responder a garotinha. - Sienna, Sienna, eu sou uma gênia, você ainda não percebeu? É claro que eu confio mais no Caesar que no Rift... de zero a dez, minha confiança no Rift é menos dois. Eu confio em qualquer um mais do que no Rift. - Dizia com um orgulhoso sorriso no rosto. - Não diga isso pra ele. Ou pra qualquer outra pessoa. Principalmente pro Caesar. Minha confiança nele é zero, falando nisso. - Dizia quase sussurrando.

- ...eu realmente estou começando a reconsiderar se eu devo ou não andar com você. - A garota dizia, se afastando um pouco. - Mas agora isso não é importante. Vamos só aproveitar que o Caesar não é do mais espertos e pegar esse peixe logo. - Fechava seu casaco e procurava o caminho do norte da ilha.

- Fique junto de mim e um dia quem sabe poderá ter metade da minha inteligência, Sienna! - Exclamava antes de também sair em direção ao norte... seja lá qual lado for o norte.

- O Sol da tarde, que em uma terra distante fortificava o poder de um certo guerreiro, já se encontrava no lado oposto a qual havia nascido no céu. Os passos das duas deixavam suas marcas que lentamente seriam consumidas pela neve enquanto o cheiro do oceano rapidamente ficava mais expressivo em suas narinas. Após passarem por uma floresta a qual apenas troncos sem vida haviam restado e evitarem completamente a Mansão Roscoe, chegavam ao lado oposto da ilha.


>OST
- O local marcado era mais desinteressante do que pensavam.
Apesar de ser uma praia, o inverno a maltratava com um tom monótono e morto que era apenas intensificado pela madeira depredada do píer, que aparentava a muito estar abandonado. As formações rochosas que formavam uma espécie de "meia-lua" ao seu redor, crescendo em direção ao céu e de ambos os lados criando um breve penhasco que dava para o mar pareciam ser a coisa mais interessante... se estivessem no verão. E mesmo assim, naquele local cujo sentimento não era nem um pouco agradável... um tom de nostalgia. - ...eu acho que já vim aqui, com meu avô. - A garota tomava a liderança, se aproximando do mar gélido em passos lentos e comportados. - Eu era pequena demais pra lembrar com clareza... mas acho que ele me trouxe aqui para observamos estrelas. - Suspirava.

- Observar a estrelas, huh? Isso é bom, não é? - Dizia com um tom acolhedor. - É bom se agarrar a essas memórias boas, não é?

- Eu não acho. - Uma resposta inesperada advinha da pergunta de Estelle. - Sempre que lembro dessas coisas eu sinto uma dor inexplicável no meu peito. Como se meu avô tivesse me abandonado aqui sozinha. - Desabafava. - Ele e o Gaal eram as únicas pessoas que eu tinha. Você não acha que foi egoísta da parte deles me deixarem aqui, Estelle? - Se sentava sobre a neve, mantendo os braços estendidos sobre os joelhos. - Eu nunca conheci minha mãe nem meu pai, e meu avô nunca falou sobre eles, então... eu acho que ele foi bem irresponsável. - Dava um sorriso sem graça. - Desculpa perguntar... mas você sente saudades da sua mãe, não é?

- Ei, nem toda ação que vai contra nós é necessariamente egoísta! Meu avô me ensinou isso, sabe... foi assim que superei perder a minha mãe. - Sua voz possuía um certo tom de nostalgia. Por dentro fez uma pergunta que não se fazia desde que toda essa aventura havia começado: como será que estavam seus conhecidos do Porto de Nor? O que acontecia na loja de seu pai? Era uma loja de itens de pesca, assim como as da família de Caesar, seria isso apenas coincidência? - Por isso é que devemos lembrar dos momentos felizes. Não dá pra ser feliz todo o tempo, mas dá pra fazer a vida ser mais feliz do que triste.

- Seu avô, hein... - Falava, provavelmente pensando em como tão irônico aquilo era. - Eu só queria que fosse tão fácil me convencer disso. - Confessava. Continuavam conversando por mais um tempo em uma conversa que lentamente ficava mais agradável, até que a voz de Caesar podia ser ouvida. - Cheguei. - O rapaz falava em seu tom habitual, com uma expressão afiada. Carregava uma bolsa enorme consigo, logo a colocando no chão e jogando duas varas-de-pesca para as garotas. - Ok, primeiro uma pergunta. Alguma de vocês já ao menos balançou uma vara antes? - Não, nunca. Mas parece divertido até.

NPC's/Players presentes:

- Meu pai tem uma loja de artigos de pesca, sabe? Eu já sou muito acostumada com varas! - Dizia com um grande orgulho.

O membro 'Haurock' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D100' : 60

- De qualquer forma, vamos começar pelo início. - O rapaz dizia, pacientemente. Prosseguia para ensinar as duas todas as técnicas que havia aprendido com o passar dos anos, que iam desde como segurar a vara a como encontrar locais apropriados para a pesca. Após uma ou duas horas, com suas mentes no ápice do cansaço, chegava na última lição.


- Desculpa, Sienna, mas essa só vai funcionar pra Estelle. - Falava, chamando a atenção da garota de Nor. - Ok, Bright, já que você sabe Nen, eu acho que é bom te ensinar a como usar isso como vantagem na hora de pescar. - Preparava sua própria vara, se aproximando da água. - O Rift provavelmente te disse... mas todo ser vivo emite aura, sem exceções. A gente consegue detectar isso utilizando o Zetsu. - Como se uma cortina invisível fosse colocada sobre seu corpo, sua presença desaparecia. E mesmo assim... ele estava lá, os olhos das duas conseguiam ver, mas não sentir Caesar. - Se torne uma com a água, com os peixes. Demonstre todo o respeito por essas criaturas. - Demorava alguns segundos antes de abruptamente abrir seus olhos, manuseando a vara de modo a jogar o anzol que deslizava elegantemente antes de adentrar a água. Mais alguns segundos, e então... sua Aura explodia! Caesar puxava a vara com toda sua força, de forma que seu movimento era ao mesmo tempo comportado, bruto e abrupto. Respingos de água salgada molhavam levemente os três, mas o objetivo era logo evidenciado: tampando a luz do sol, a forma de um peixe azulado se retorcia no anzol antes de ser puxado para a mão do garoto. - Não é um Gluebber... mas eu acho que você entendeu a ideia.

- C-c-certo. - Estelle dizia, incerta de se era realmente necessário tanto esforço e gasto de Aura só para pescar. - Vamos lá! Hora de honrar meus ancestrais. - Fechava seus olhos e fazia toda a sua aura entrar em estado de Zetsu. Era como como uma fantasma agora, não podia ser sentida. Pegava a vara, a lançava para trás, abria rapidamente os olhos e... ZUUUM! O anzol estava lançado, junto com uma forte explosão de energia.